sábado, 28 de fevereiro de 2009

A teoria do quilograma


O Bayern não é muito melhor equipa que o Porto. O Sporting não jogou muito pior contra o Bayern do que hoje à noite contra o Porto. Então porque é que perdemos em casa por cinco secos contra o Bayern e empatámos a zero nas Antas com uma bola ao poste e várias quase oportunidades? Porque é que o Porto, durante os 100 minutos de jogo, não teve uma única oportunidade de marcar um golo? A minha teoria é leve para os neurónios: peso. Os jogadores do Sporting têm o mesmo peso que os do Porto, mas os do Bayern são todos mais pesados que os do Sporting. Os milhares de despiques físicos deste Porto-Sporting tinham invariavelmente o mesmo resultado: ou caíam os dois jogadores ou era falta do que ficava com a bola (o esforço que o árbitro fez de "deixar jogar", um conceito ligeiramente estúpido e importado de outras realidades, resultou, como resulta sempre por cá, que a equipa do gajo que perde a bola se acha imediatamente na posse de um crédito para gastar com uma entrada perigosa na jogada seguinte sem que com isso leve um amarelo, que foi o que aconteceu em pelos menos 5 jogadas desta noite). Pelo contrário, no jogo de quarta-feira, para que os jogadores do Bayern ganhassem a posse de bola no confronto individual só necessitavam de deixar que a energia cinética dos seus corpos afastasse o oponente com a camisola às riscas verdes. O golo do Luca Tony é um exemplo acabado não da incompetência do defesa (que não me lembro quem foi), mas do desgaste psicológico que a exaustão física provoca: o Luca Tony disputou a posição aos empurrões mas sem deslocar os pés do chão, e foi ainda nessa posição que marcou o golo, com o nosso jogador às distância dos braços do italiano apesar de a luta ter durado quase 30 segundos, o tempo que levou aos colegas do Luca Tony a conseguirem fazer o centro. O Sporting perdeu com o Bayern porque se deixou emanranhar numa guerra de cargas de ombro que não tinha hipótese alguma de vencer, e cuja acumulação nos corpos e espírito dos nossos heróis dificilmente poderia não vir a ser fatal. Perguntam-me vocês: haveria hipótese de escapar a isso? Claro que sim. Apostar no passe até que o estádio adormecesse de tédio e, de vez em quando, no um contra um artístico a quebrar rins; nunca no jogo de ganhar posição, proteger a bola ou cobrir a linha de passe. Para isso seria necessário ou mais peso, ou uma equipa composta de Liedsons e Joões Moutinhos. Com Caneiras, Abeis, Polgas, Izmailovs ou Pereirinhas, nunca.

Posted by maradona at 23:01
| Comments

Paulo Bento:


O jogo é com quem é e joga-se com o que se tem.

Podias experimentar um 4-4-2 clássico, não era nenhum losango, era assim, ora vê:

Tiago

Abel, Tonel, Carriço, Caneira

Pereirinha, Polga, Moutinho, Izmailov

Liedson, Derlei

O Polga sabe jogar a "volante", lembrei-me disso. E ganhavam-se alguns centímetros em altura.
Não sei, vê lá isso tu, isto se o Rochemback aceitar ficar de fora em lugar de insistir que quer ser ele a marcar o Hulk com os olhos.

Posted by besugo at 18:17
| Comments

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Justus


O dia de ontem, 26 de fevereiro de 2009, futuro dia mundial sem jornais desportivos ou secções sesportivas de outro qualquer periódico mesmo que grátis, é a altura adequada para maldizer e descelebrar a vida, obra e legado de Justus von Liebig, um personagem central na arqueologia do futebol, mas sistematicamente esquecido pela Fifa, pela Uefa e pelos próprios prémios Stromp, instituições que também deveriam ser remetidads para o canto freudiano mais recondido. Em 1840 Justus von Liebig argumentou, para não dizer provou, que a milenar técnica de fertilização dos solos através de excrementos ou outro tipo de matéria orgânica poderia no futuro ser substituida pela adição de uma solução preparada industrialmente que restituisse aos campos os exactos nutrientes que a colheita anterior teria consumido para se desenvolver, tornando possivel, pelo menos teoricamente, que de qualquer solo nascesse qualquer tipo de planta durante o tempo que se quisesse. A história não se revelou tão paradisíaca, mas o certo é que a matematização e a posterior artificialização dos ciclos de vida e biologia dos organismos alimentam hoje não só 6 biliões de pessoas, como a mim próprio e ao Rochemback, embora à vez. Há aqui, no entanto, um buzilis: não se tratou tanto de um aumento de eficiência dos campos (muito menos em termos de sustentabilidade de médio e longo prazo), mas sim do reforço mútuo de dois movimentos: a diminuição do volume de mão de obra necessária por unidade de área cultivada e a expansão dos terrenos passíveis de serem colocados sob exploração agrícola. Os relvados onde hoje em dia se joga o holocausto de tragédias a que nos costumamos referir como "futebol" não seriam uma realidade sem o trabalho pioneiro que Justus von Liebig. Justus von Liebig terá tanta responsabilidade na dor que sinto no peito como Demócrito na alma destroçada dos mortos e sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki, na Guerra Fria ou na actual proliferação das armas nucleares, mas mesmo assim não consigo ler o seu nome sem franzir o sobrolho, e deus sabe como é cada vez mais impossvel não nos cruzarmos, diariamente, com uma noticia, um debate, um artigo de jornal ou mesmo uma conversa de rua em que o tema cenral não seja Justus von Liebig.

Posted by maradona at 12:54
| Comments

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Zoo Europa


Se há tentação a que um adepto do Porto deve resistir, nesta altura, é usar a derrota gorda do Sporting para compor algumas piadas e elaborar uma emboscada de trocadilhos com as palavras «cinco», «Baviera» ou qualquer outra alusiva ao tema. Sobretudo porque o Porto esteve muito bem nesta jornada europeia. Ou seja, viu aumentar a sua probabilidade de passar à ronda seguinte e, consequentemente, a probabilidade de vir a ser fatiado em Barcelona, Manchester ou Liverpool. E como diz Jorge Coelho: «quem brinca com as probabilidades, leva». Esta derrota do Sporting deve servir apenas para que o Sérgio possa visitar, sem sobressaltos, o balcão do Banco onde deposita os seus cheques (poupança que tem em vista a compra, lá para o verão, do passe e de certos remates, mas nem todos, do Suazo) e dedicar-se às favas com entrecosto, sem ter de engolir sapos pelo caminho.

Posted by Daniel at 23:57
| Comments

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A dupla casca dos amendoins


Eu também prefiro o segundo golo do Liedson, maradona. E tenho razão; as minhas razões. Na altura do primeiro golo, deviam ser oito e pico, ainda me encontrava no café e, distraído com uma conversa sobre assombrosas irrelevâncias enquanto executava, em simultâneo, a sempre difícil remoção da dupla casca dos amendoins, acabei por perder o remate do futuro avançado da selecção portuguesa de forró para veteranos. Ora esse pequeno lapso temporal, esse desajuste entre a minha atenção e o inexorável movimento do mundo, fez com que a primeira imagem ao meu dispor, depois de olhar novamente para o ecrã, fosse a de Quique Flores a tentar destruir o banco de suplentes de Alvalade com os bracinhos que Deus lhe deu, episódio que eu interpretei como sendo uma contundente manifestação de que as coisas poderiam estar a correr bem melhor para os vermelhos. Fiquei com o ânimo renovado e salivei perante a proximidade daquilo que eu imaginava ser o banquete das repetições. «Qual terá sido o jogador do Benfica a envolver-se nesta desgraça?», «auto-golo precedido de escorregadela e fractura do perónio?», «Moreira com síndroma de Moretto?», «Moutinho ganhando nas alturas a Luisão?», eram apenas algumas das questões que ocupavam a minha extraordinária cabeça. Resultado: passei o tempo todo a tentar descobrir qual o jogador do Benfica responsável por deixar Quique com a fúria sanguínea de uma mulher de Almodóvar, a jugular saliente, o cachecol a querer saltar-lhe do pescoço. Duas, três, quatro repetições e nada. Nem um sopro de Aimar, nem um caracol de David Luiz, nem uma verruga de Maxi. Nada. Apenas a bola a sobrevoar, distante, a careca do Luisão. Uma bola subtil e transparente. Muito fraco, pá.

Posted by Daniel at 02:38
| Comments

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Cerco


Como é que o Sporting deve jogar na quarta-feira? Quem tenha um pingo de juízo sabe como é que o Sporting deveria jogar: à defesa. As mentes mais simples costumam identificar tácticas defensivas com aquelas concentrações de trincos à frente da defesa, uma equipa extraída à imagem dos sonhos nunca realizados do Mário Reis. Não proponho nada disso. Eu jogaria só com um trinco: o Liedson. Atrás do Liedson teríamos então uma linha de nove homens: 5 centrais e 4 laterais. Isto para quê? Primeiro (decorem que isto é um "primeiro", que o segundo só virá depois de muita confusão) que tudo para não assistir novamente a uma das imagens que mais marcaram a minha carreira recente de visionamento de jogos internacionais do Sporting: um sprint entre o Sagnol e o João Moutinho, em Munique, no empate a zero, salvo erro em 2006. Esse momento, por outro lado, lembrou-me outra das instâncias que mais marcaram a minha carreira longínqua de visionamento dos jogos internacionais do Sporting: um Sporting-Liverpool incógnito em que o relatador, a determinada altura, sentiu a necessidade de esclarecer: "Os jogadores do Liverpool correm mais com a bola que os do Sporting sem ela". Para evitar o exagero decorrente do embargo das emoções, vou tentar executar uma descrição matemática da situação de 2006: um atraso indevido de uma besta qualquer, colocou a bola na zona de ninguém entre os nossos guarda-redes e linha defensiva; o único que sentiu alguma urgência naquela situação específica foi, como sempre, o João Moutinho; vendo-se solicitado pela incompetência e moleza do resto da sua equipa, inicia um sprint para a recuperação do esférico; eis senão quando, do outro lado do campo, aparece uma pessoa vestida de vermelho que não era do benfica a percorrer a hipotenusa do triângulo rectângulo imaginário formado pela bola, pelo João Moutinho e pelo ponto de partida do Sagnol; começa aqui o meu horror: mesmo verificando-se que o nosso anaozinho se aproximava do esférico pelo cateto menor, tive oportunidade de assistir ao Sagnol a ganhar o correspondente a um metro de cateto oposto a cada décimo de segundo durante 2 segundos; valeu-nos o nosso homem ter iniciado a odisseia com 20 metros de avanço (façam as contas, ou a trigonometria está perra?), para, rés vés campolide, ainda conseguir tossir a bola para fora do reich com uma potente remate. Nunca tinha visto nada assim, e desejo, sinceramente, nunca mais ver. Estou demasiado gasto para estas merdas. Se atacarmos este jogo como se fosse um campo de futebol de sete as hipóteses de vermos, por exemplo, o Ribery a ultrapassar o Rochemback como se este fosse um parquímetro ficam, pelas minhas contas, francamente reduzidas. Segundo, não corremos o risco de viajar de Seculo XXI para Munique com um resultado positivo às costas. Meus amigos: se o Bayern sai de Lisboa com a tarefa de recuperar da menor desvantagem que seja, mesmo uma de índole burocrática, corremos o risco de passar todo o jogo da segunda mão a tentar tirar foras de jogo dentro da nossa baliza, rodeados por redes e alemães maus como os atuns no tempo em que se fazia a pesca do cerco:

Posted by maradona at 22:34
| Comments

momentos celta


Que é que querem que vos diga? Defenderei até ao fim dos meus dias o David Luiz, mesmo que continue a insistir naquele cabelo por mais do que duas semanas. O momento em que resolveu que era boa ideia mandar uma rabia ao Liedson em vez de atrasar ao Moreira é uma decisão de quem saiu da cama confiante naquele dia, não é nenhuma irresponsabilidade, mas estas merdas acontecem. Depois o resto do jogo são situações que se acumulam num gajo, o Federer que o diga. E o Luisão e o Sidnei, são pessoas a que ninguém pode apontar nada há tanto tempo. Tem andado tudo dentro do possívelzinho.

Hoje no banco quase comprometia o depósito de um cheque porque o sacana do caixa se pôs a crescer para mim, que até tive sorte e não sei o que mais e o Bayern de Munique. No restaurante foi o gajo que me trazia as favas com entrecosto. E uma pessoa engole. Quando se esgotaram os cartuchos todos (mais ou menos aos 3 minutos da segunda parte), o Aimar e o Amorim resolveram que tinham que sacar umas faltinhas para ver se ainda salvávamos aquilo, mas não conseguiam cair a mais do que cinco metros da linha do meio-campo. Foi um momento de iniciativa, bonito, mas sem grandes consequências. Ainda não estou em condições para aqui vir.

Posted by Sérgio at 20:05
| Comments

Apareceram todos, não é assim?


... só aceito comunicar com pessoas que não têm dúvidas de que o segundo golo do liedson é melhor que o primeiro golo do liedson.


Isto já vai aqui. A última vez que vi isto foi quando havia as pessoas que gostavam mais do primeiro golo do João Pinto e as que gostavam mais do segundo golo do João Pinto. Isto está tão difícil.

Posted by Sérgio at 19:32
| Comments

A partir de hoje...


... só aceito comunicar com pessoas que não têm dúvidas de que o segundo golo do liedson é melhor que o primeiro golo do liedson.

Posted by maradona at 17:56
| Comments

domingo, 22 de fevereiro de 2009

E peço desculpa às pessoas do restaurante


Para todos aqueles que aprenderam as suas noções de senso comum e boa educação através da escola pré-Socrática do Championship Manager 2001/02, as estatísticas dos jogos do Sporting representam desafios filosóficos cada vez mais difíceis de ultrapassar.
O mundo do Championhisp Manager era uma Arcadiazinha ao estilo da América de Eisenhower - onde os homens usavam chapéu e as mulheres sabiam o seu lugar; onde os jogadores com maior percentagem de passes concretizados eram invariavelmente os defesas-centrais (o Carlos Marques, o Carriço do princípio do milénio, chegou-me a acabar jogos com 100% ao serviço do Aston Villa); onde os jogadores com mais golos marcados eram invariavelmente o Tsigalko, o Mihalcea ou outro desses jogadores assim ex-comunistas que custavam quarenta mil contos por consoante; onde o melhor em campo era sempre o Tó Madeira.
O Sporting de Paulo Bento tem implementado uma espécie de versão balcânica do futebol total em que as posições, características e até os nomes dos jogadores são totalmente irrelevantes para os algarismos que acumulam até ao final do jogo. A dinâmica não é anárquica, mas caótica - mais Kosovo do que Holanda. Temos um defesa central com um complexo de Gary McAllister que falha uma média de 8 passes de 40 metros por jogo; temos 3 avançados que se comportam como se estivessem a fazer audições para o papel do Gattuso; temos um lateral-direito maluquinho, com a auto-confiança do Garrincha, o físico do Alexandre Frota, e a inteligência táctica da Malu Mader.
Aliás, o debate sobre os laterais-direitos do Sporting devia acabar antes de ter tempo de ganhar importância. Há pessoas que continuam a perguntar em voz alta se Pedro Silva é pior que Abel - uma linha de inquérito que faz tanto sentido como tentar saber se o Pol Pot era mais mauzinho que o Estaline. Numa sociedade civilizada, a posição humanista e liberal é decidir que são ambos monstros genocidas, e emprestar os dois ao Trofense. Espero que a exibição ligeiramente acima do sofrível de ontem não leve pessoas a pensar que o Pedro Silva é um jogador de futebol; o Miguel Garcia também "secou"o Simão uma vez. No mundo idílico do CM, o Pedro Silva teria 40 anos e seria sócio de uma churrasqueira; no mundo "real" anda ali com o Reyes a fazer reconstituições históricas da corrida de Aquiles e da tartaruga.
Depois há o problema do trinco, que nunca se colocava no CM: ia-se buscar o Radomsky a custo zero e pronto. Para o losango de duendes do Sporting, o trinco ideal seria um não-caucasiano de cabeça rapada e com o rosto do seu primogénito tatuado na pantorrilha. Preferencialmente, teria passado algum tempo numa prisão em Minas Gerais e saberia matar pessoas com um tabuleiro de refeitório. Na ausência de meios para ir buscar uma destas criaturas mitológicas vulgarmente designadas como "Paulo Assunção" ou "Marcos Senna", o Sporting habituou-se a viver com uma longa linhagem de homens invisíveis - Pedro Martins, Delfim, Rui Bento, Custódio - que entusiasmam o tipo de jornalistas desportivos que gostam de usar a expressão "sentido posicional", mas que nunca enganaram o Carlos Daniel ou eu próprio.
A opção seguinte foi um acidente de percurso chamado Miguel Veloso, uma espécie de Pirlo com um cromossoma a menos, que poderia ter uma carreira interessante entalado entre o Gattuso e o Ambrosini, mas que suspeito estar agora condenado a ser dono de uma discoteca em Vilamoura antes dos 30 anos, com o dinheiro arrecadado na sua passagem catastrófica pelo West Ham.
Resta-nos nesta altura o Rochemback (ao contrário do Dr. Besugo, acho que o Moutinho deve continuar a sofrer as suas overdoses de Ritalin em zonas assim "mais lá para a frente" no campo).
O Rochemback, como é dito aqui em baixo, tem um conjunto de qualidades que mais nenhum jogador do Sporting tem ou pode vir a ter. Um dos problema actuais é que o tempo necessário para executar as coisas que essas qualidades lhe permitem executar raramente está disponível. Daí que, com este plantel e com este sistema, a escolha do número 6 do Sporting deve ser uma decisão tomada semana a semana. Quando os jogadores no seu raio de acção são o Luis Aguiar ou um daqueles chatos do Belenenses, o Rochemback deve ficar sequestrado no hotel a ouvir o jogo na TSF. Mas quando o adversário directo é o Pablo Aimar, um jogador que fuma um cigarro e envia 2 sms antes de decidir o que fazer à bola, o Rochemback deve ser o primeiro rascunho no boletim de jogo. Não apenas pela qualidade do passe, que em certas alturas até pode ser contraproducente (por duas ocasiões no jogo com o Belenenses o Rochemback fez passes por alto para a linha lateral que, infelizmente, só o Rochemback seria capaz de receber), mas também pela forma como distribui fruta com o entusiasmo de um voluntário do Banco Mundial Contra a Fome. O Aimar, com aquela carinha de figurante do Miami Vice (é o gajo que bufa assim que o senhor polícia grita com ele) é dos poucos jogadores da liga portuguesa capaz de fazer com que o Rochemback seja o jogador que o Barcelona contratou e não o que o Middlesbrough dispensou (não há um único jogador como o Aimar em Inglaterra; morrem todos na alfândega).
E alguém trate do contrato do Paulo Bento, por favor. A verdade é que se os CTT tivessem perdido a cassete do Hulk enviada para o Dragão, um plantel em que o Abel, o Pedro Silva e o Grimi são potenciais titulares estaria a festejar o título em Março.

Posted by "Rogério Casanova" at 21:51
| Comments

Clavamox DT


Não me quero alongar sobre todos os pormenores do fascinante jogo de há bocado, até porque não o vi e vocês não me compreenderiam. Em vez disso, assisti ao relato da TSF. Já me tinha esquecido de como era seguir uma partida na TSF: enquanto na vida real um jogo de futebol é um longo jacuzzi salpicado de uma semi-oportunidade de golo a cada dez minutos, se nos decidirmos pela adaptação livre da TSF do que é o futebol teremos a ocasião de assistir a noventa minutos de um jogo com onze homens de cada lado, de facto, mas numa modalidade em que a bola está sempre em cima da linha de golo de uma das balizas. Na primeira parte houve uma jogada em que dei um salto da cadeira com a emoção que o relatador colocou na corrida do Vukcevic, para depois ver o Benfica a beneficiar de um lançamento de linha lateral a meio campo. A gritaria que se instalou na segunda parte não vos passa pela cabeça. Parecia a última jornada do campeonato como coberta pela Radio Renascença, que costumava ouvir há 25 anos atrás: 32 jogos à mesma hora (primeira divisão e as três zonas da segunda), todos com via aberta para quando houvesse golo, o que tinha como resultado que aquelas duas horas de Domingo eram uma longa sequência de goooooooooolllllooooooooooos provenientes de correspondentes espalhados de norte a sul do país. A parte engraçada era quando aconteciam vários golos ao mesmo tempo, e as várias vozes se sobrepunham, com o resultado que o coordenador nos estúdios de Lisboa tinha que pedir o esclarecimento em directo dos golos que teriam ocorrido, altura em que apareciam outros golos noutro ponto do país. Passo, portanto, a falar bem do Rochemback. Sempre que a bola chegava ao Rochemback o tom da TSF mudava. Via-se (ouvia-se) que o relatadores ficavam sem saber o que dizer, ou, pelo menos, que lhes custava manter o ritmo da linha emotiva da TSF. Era nestas alturas que eu aproveitava para ir à casa-de-banho ver como é que estava o abcesso e fazia contas à minha vida: "Acabo a caixa de Clavamox DT, ou fico por aqui e vou buscar uma cervejinha?". Por muito magro que esteja, o valor do Rochemback estará sempre na sua capacidade de abrandar o jogo. Que as pessoas, os treinadores e os receptores dos seus passes não saibam aproveitar isto, é uma coisa, agora que não se reconheça o tipo de potencialidades que ali estão, isso já me faz especie. Parece-me óbvio que se pense que se, até hoje, ninguém viu "o tipo de potencialidades que ali estão" será porque, provavelmente, não estão ali muitas potencialidades. Não sejam assim. Esta cena agora de formar treinadores (e de obrigar os treinadores a se formarem) trouxe muita coisinha boa, mas também trouxe os 4-4-2, os 4-3-3, os 5-2-3-1, os modelos de jogo e as dinâmicas. O Rochemback é um jogador que aguenta a carga, que não perde bolas e que sabe fazer passes verticais como só uma pessoa que eu conheço: o Rochemback. Acima de tudo, e ao contrário Miguel Manhoso, se o Rechemback tiver quem lhe saiba receber os passes, é homem para abrandar a equipa adversária mas acelerar um colega que se saiba desmarcar em condições. Ora, quem pense em aproveitar estas características (que, como digo, são únicas) não pode pensar numa táctica: tem que pensar em situações de jogo, como quando os filhos da puta do Aimar e do Reyes anda ali aos saltinhos à volta das pessoas. Há muitos anos que não treino uma equipa profissional de futebol, mas sempre acreditei que o bom treinador ou o bom observador de futebol é aquele que não só coloca a sua táctica ou o seu futebol preferido em posição subalterna relativamente às características dos jogadores disponíveis (o Quique nem aqui chega, com a graça de deus), mas também sabe relativizar a sua própria avaliação subjectiva do que é um bom jogador de futebol. Um gajo pode detestar jogadores com o estilo do Rochemback, mas seria terrorismo não arriscar um bocadinho a tentar aproveitá-lo para alguma coisa. Viva o Paulo Bento.

Posted by maradona at 02:50
| Comments

sábado, 21 de fevereiro de 2009

4-2-3-1


Mas isso era se o Liedson soubesse jogar assim; ou se não houvesse Liedson. Vamos ver.
Reparei numa coisa: o facto de quase mais ninguém escrever aqui significa que mais ninguém gosta assim tanto de bola como isso, ou é por minha causa e por eu dizer, por exemplo, coisas tipo "os diabos são rabos" e "benfica?, caca!", que me deixam aqui sozinho?

Posted by besugo at 19:13
| Comments

O dia dos meus


Alvorada às sete da manhã, tudo alinhado. Em pijama. O mais novo a mandar vir. "Cale-se, recruta!". Calou-se.
Hino do Sporting, cantado por mim (desistimos da Maria José Valério na primeira volta, por razões óbvias), gravado em DVD, ali, a minha voz possante a cantar o hino, ali tudo em sentido, com imagens alusivas à passagem de Yazalde, José Carlos, Pinilla, de Francceschi, Dé, Salif Keita, Negrete, Ouattara, Sá Pinto, Pedro Barbosa, Balakov, Figo, Alexandre Baptista, Figueiredo, Juskoviac, Balakov, Yordanov, Jordão, Fernando Gomes, Jaime Pacheco, Fernando Mendes - o que não é chalupa e patarata, o que teria a idade do meu pai, se pudesse -, Geo, Péridis, Jardel, João Vieira Pinto, Luís Manuel, Paíto, Lourenço, Miguel Garcia, Waalcks, Peter Houtmann e Meade, Simão, Quaresma, Ronaldo, Hugo Viana, Varela, Manuel Fernandes, Oliveira e, finalmente, Silva, esse batráquio, por Alvalade, isto entre outros, incluindo Katzirtz, Meszaròs e Lemajic. E Costinha. E Mário, o "queixada").
E ... puxem por mim.
Bom.
Sete e um quarto: pequeno almoço. Bem bom, o queijo da serra, com o sol a abrir pela névoa adentro e fazendo derreter restos de neve no Marão. E excelente o pequeno almoço, cada um discursando, entre mastigadelas (e ao som do "Era uma vez na América"), boas recordações de jogos com o Benfica. Eu, é aquela memória dos 7-1 em Alvalade. Há quem prefira os 3-1 que lhes demos na Luz, irritando 90% das pessoas que estavam em Manteigas a ver a neve, há 3 ou 4 anos. Lembras-te, lolita? Não deves lembrar-te.
Ninguém está autorizado a pensar, sequer, nos 3-6 do senhor professor Queirós. Ninguém.
Após repouso, para banhos e lavagens de dentes, chegam as 9 horas. Iça-se a bandeira do Sporting no quintal, no que dá para a rua. Canta-se o "My Way", em versão Juve Leo, e juntam-se pedras, que é para atirar aos filhos da puta que, depois, hão-de passar por ali a berrar "olhós lagartos!", o que os define imediatamente como lampiões ou adeptos do Lobrigos ou do Santa Marta ou do Vila Real ou do Chaves e, portanto, dignos de apedrejamento soez. Aliás, estive até agora nisto de apedrejar, que até me doem os braços. E só vim para aqui porque se me acabaram os paralelos e a polícia já começa a desconfiar que aquela merda de estarem 377 corpos estendidos em frente da minha casa, sem sinais vitais, pode ter que ver alguma coisa com a bola e comigo.
Entretanto houve almoço. Frango e batatas fritas, sempre a pensar no Moreirettoquim. Por causa das batatas fritas e, sobretudo, do frango. Eu só como peito.
Para dar ambiente, as habituais músicas dos Miseráveis e uma dos Oasis, mas esta só para foder a cabeça aos putos, que gostam do United, os Gallagher são do City, de maneira que há que criar alguma crispação dentro das hostes para as manter alerta.
E, às tantas, estávamos nisto, tocaram-me à campaínha e era a Maria José Valério. Ainda havia paralelos, de maneira que deve estar deitada ali em baixo com a polícia.
O meu Pai veio cá e disse que precisa de compor o telhado e eu disse que sim e expliquei-lhe a táctica para logo. Mas ele foi-se embora ainda eu ia no defesa central do lado do Abel. É um sportinguista que não me liga, o meu Pai. Por ele, ainda se jogava em WM. Era interior direito, aliás, o meu Pai. Jogou na Académica e eu detesto Coimbra por isso, excepto o Dr. Manuel António, que me vai dar oncologistas. Ou não. Eu acredito que não, que nem o Dr. Manuel António me vai dar seja o que for. De Coimbra, nem boa cona nem bom doutor que dê.
Eu retiro isto imediatamente. Peço desculpa. Não se vem para aqui dizer cona e assim.
Está agora tudo, aqui, numa espécie de retiro. Os meus filhos estão a ler coisas sagradas sobre os cinco violinos (embora me pareça que o fazem ao som da Dido... e um deles, pelo menos, o mais velho, está a namorar, nem vou lá acima para não ter de distribuir panfletos com as costas da mão nas ventas de ninguém).
Fui olhar para a bandeira. Que linda. Verde. Vou equipar-me com o fardamento Stromp logo que possa (tenho de emagrecer uns quilos, mas não como nada desde o almoço, deve dar, deve servir).
Telefonei ao Paulo Bento, para o telemóvel do costume, mas fui reencaminhado para o meu hospital, donde me reeencaminharam para o telemóvel do Rochemback. Isto é bizarro e dá medo, mas é verdade. Reencaminharam-me para o telemóvel do Rochemback e eu só lhe disse "olha a minha responsabilidade de andar a escrever num sítio destes e vê lá se consegues fazer o mais fácil, que é ir jogar com a merda do Benfica sem medo do Benfica, e ganhar a esses meninos de caca, diz isso aí à canalha e fazei-me isso!".
E, depois, por falar em medos, a Maria José Valério ainda se mexe, de maneira que tenho de ir tratar disso duma maneira qualquer antes que me venham carregar outra vez na campaínha e seja ela.
Às dezanove horas e trinta chegam as francesinhas. É porreiro papar francesinhas no aquecimento.

Posted by besugo at 18:07
| Comments

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Basic Instinct


Ontem, fiquei a saber que Jonathan Woodgate - um defesa central que cumpriu duas temporadas no Real Madrid a curar diversas lesões e a comer tortilha - para além de ter sido eleito, pelos leitores do jornal «Marca», como a pior contratação do século, acabou por conquistar, durante esses anos e com as suas canadianas orgulhosamente espetadas na escassa relva da Meseta Ibérica, o ilustre cognome de «O Paciente Inglês». No baptismo de jogadores, contudo, a coroa britânica pouco vale contra o domínio cultural americano. Não é só o nome Ronaldo do nosso Cristiano a fazer vénia a Ronald Reagan, há também esta história (contribuição involuntária de um magnífico leitor deste blogue):

Maicon Douglas Sisenando, known as Maicon (born July 26, 1981 in Criciuma) is a Brazilian football player, currently playing for Internazionale in Italy. He is a full-back/wing-back with the ability to play either side. He is known for his overlapping runs where his pace and dribbling are used effectively.

Maicon was named "Maicon Douglas" because his father allegedly wanted to name him "Michael Douglas" but when going to register at the birth registration office his father was misunderstood and thus he was named "Maicon Douglas" instead.

(...) cf wikipedia.

Posted by Daniel at 14:19
| Comments

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Façam o favor de desculpar embora eu não garanta que não se repete


Eu não devia vir aqui escrever estas coisas. Nem sobre a bola nem sobre coisa nenhuma.
Acontece que fico fodido quando o Sporting perde com Bragas na mesma noite em que os andrades e os lampiões empatam. Fico destroçado.

Sou boa pessoa. Caramba, quem me conhece sabe: uma seda.
Mas fode-me esta merda de perder. Soube sempre perder e já perdi muitas vezes, mas fico sempre fodido quando perco. Não gosto, chateia-me.

Basta um sinal e eu desando daqui, senhores. Mas não sei falar doutra maneira, quando me apetece mesmo falar, sem ser da maneira que me apetece.

Posted by besugo at 22:42
| Comments

Lições pequenas de besugo sobre a bola (2)


Não se dirimem razões sem se ter expresso uma razão antes, de maneira que me parece apropriado vir explicar ao comentador Ricardo, que me apelidou de besugo doidinho ou estragado - e não vim aqui para negar isso, porque às tantas isso é um problema meu e, se calhar, bem grave, mas que ultrapassa aquilo que eu afirmei no texto que antecede este, ou seja, pode ser que eu esteja estragado e doidinho, mas não por causa daquilo que afirmei e que mantenho -, que de futebol percebe o mesmo que Salazar percebia de putedo, embora andem agora aí a fazer do capadócio um garanhão .
Mantenho isto: Moutinho a 10 é como se me pusessem a mim, agora, quarentão, a jogar uma merda qualquer sem ser golfe ou bowling. Ou poker. Ou bilhar. Ou xadrez. Ou muitas outras merdas, menos coisas em que se tivesse de correr muito depressa.
Moutinho, a 10, não tem lugar em nenhuma equipa da primeira divisão da Islândia para baixo. Moutinho é um jogador... ora foda-se, vamos lá a ver. Eu gosto de bola e de ver jogadores a jogarem. O João Moutinho é um Gattuso, foda-se. É um aplicado, raçudo, chato e talentoso recuperador de bolas. E acontece que, depois, consegue sair a jogar. Ora se isto não é, no esquema de Paulo Bento, o exemplo acabado do número 6, que vem a ser então?
Para se ser 10 é preciso o quê? Ser o Rui Costa? Não. Isso era dantes e nunca o Rui Costa jogou em losango, que é uma merda duma táctica que faz o WM parecer actual. Nada disso. Num sistema de jogo interpretado pelos jogadores que se têm (e o Sporting tem os que tem, eu nem sabia que o Postiga não podia ou não ia jogar, pensei que sim, mas atenção, o que eu quero dizer é isto, o Sporting tem aqueles jogadores que tem e não tem lá outros) um treinador deve pensar assim: então e agora o que é que eu faço?
Se o Paulo Bento pensa que tem no Moutinho um 10, é burro. Não tem. Tem ali um 6.
Que é que faz um 6?
Um 6 recupera bolas, vai buscar jogo, passa a bola e chega-se a quem a passa tipo "olha eu aqui", ajuda a equipa a recuperar a bola e, depois, esforçada e talentosamente, vai ajudando a pô-la onde interessa, jogável, bonita, mais à frente. Num dos dele.
Que me desculpe quem tem da bola uma visão estrábica convergente. Eu não tenho. Vejo a bola por causa dos jogadores (nunca me verão comentar um Numancia - Osasuna, ou um Académica - Rio Ave, ou um Stoke City - Reading, por hipótese, e, antes que me venham explicar o que já sei, sei que o Reading desceu de divisão, portanto, enfim, caralho, evitem baixarias) mas, como sou do Sporting e vejo os jogos todos que posso do Sporting, já vi o suficiente para perceber que entre um 6 e um 10, naquele sistema, a diferença pode ser pequena e que pode bastar, para um sitema bacoco ser menos ridiculo, trocar o lugar do Moutinho com o do nosso patrono Rochemback.
Aqui não se fala há muito do Rochemback. Ora vamos lá.
É um gordo. Está bem, também o Maradona era. Não é rápido e o Maradona era? Pois, OK. Ou seja: não se faz dum Rochemback um Maradona. Certo? Certo. Mas o que é um 10, sem ser o Maradona? Muita coisa? Um Platini? Um Deyna? OK, isso, também, mas o que é um 10 no Sporting? Um Moutinho é que não é. Caralho, qualquer cego vê ali, no Moutinho, um 6 ( e no Veloso vê-se um cabrão para despachar depressa). No Rochemback, uma vez que está no Sporting, então que jogue onde tenha tempo para pensar, para temporizar, para depois executar (e se ele fosse melhor do que o que é a executar não estava no Sporting, lembrem-se disso) de maneira ... criativa. A 10? Sim, foda-se. A 10.
Por acaso, isso da criatividade eu creio que ele tem. Criatividade subjectiva. Creio mesmo que criou de si uma imagem em que pode ser quase todos os números duma equipa da bola, do 1 ao 11. Excepto o 6. O Moutinho é que é o 6. Chama-se a isto objectividade. Subjectiva. Objectivamente.
Olhem: eu nem sequer jogava naquele sistema, o losango é uma geometria estúpida. Só joga assim quem não tem jogadores para mais e para melhor. Mas a ser assim, queiram desculpar, e o comentador que me chamou doidinho e estragado que me desculpe antes de qualquer outra pessoa porque acabei de o ler e isto é mais com ele apenas por causa disso, a ser assim, em losango, o Moutinho é 6. A 10 nem sabe jogar, sequer. Tem pés de chumbo. De chumbinho, vá. É uma espécie de amigo meu muito antigo, tão antigo como eu, que se chamava Artur Estrada e que queria ser ponta-de-lança, à Yazalde, nos campeonatos entre turmas. Ficou na pequena história do liceu como o "Artur Estraga", era uma espécie de castigo.
Tenham paciência. O Sporting tem 3 jogadores com alguma classe, mais o Moutinho se jogar a 6. O resto é treta.

Posted by besugo at 21:42
| Comments

Lições pequenas de besugo sobre a bola (1)


O Daniel lá tem a sua ideia sobre os dois penalties que contribuiram para aquele equilibrado resultado entre o Sporting e o Porto para a Taça Carlsberg que, recordo, redundou num 4-1 a favor do S.C.Portugal. Eu tenho a minha ideia, também: se no primeiro tenho dúvidas, que aquilo do Polga invadir a grande área adversária e daí resultar algo de positivo (seja o que for) para o Sporting é sempre discutível e questionável, já o segundo é uma "sapunarada": é penalty aqui, na China e em Wembley. E em determinados metros quadrados à volta da Ponte do Freixo também.
Posto isto, tendo em conta que aprecio falar da bola antes de ela começar a rolar, exponho o seguinte:
1 - O grande jogo de hoje é o Sporting - Braga.
2 - Paulo Bento, olha, põe o Moutinho a 6 e o Luís Aguiar não joga. Queres assim?
3 - Paulo Bento, queres um losango? Olha dois. Mas com o Moutinho a 6, sempre. Queres ver?
Intermezzo para Bento se expressar.
"Quero, hum, diz lá, hum, diz..."
4 - OK. Retomo.
5 - Pega lá então. Losango nº 1: Moutinho no vértice defensivo, Izmailov à esquerda, Pereirinha à direita e Rochemback no vértice ofensivo. Losango nº 2: a mesma merda, mas com o Romagnolli no lugar do Rochemback.
6 - Na frente? Vukcevic e Postiga.
7 - Faz muito diferente disto e depois queixa-te.
8- (Hipótese alternativa, que isto já é um bocado demasiado contra a corrente pensadora da bola, mas gostava de ver este artefacto experimentado): olha, ó Paulo Bento, se estiveres em maré existencialista, tenta o Vukcevic a 10, no vértice ofensivo do losango, e joga com o Derlei e o Postiga na frente. O resto é tudo como eu já disse. És homem para estes "Oviedos"? Vê lá isso.
9 - Na defesa mexes tu. Eu, quanto menos vezes vir a defesa do Sporting na televisão, melhor. Tira-me a nossa defesa da pantalha, que me enerva.
Há outro jogo que dizem que é importante, hoje. Aquilo dos andrades e dos lampiões. Não é importante. Vai ser é engonhante. Muitos medos e receios, muita paneleirice prévia, o que não é sequer costume. Prévio.
Há ali miúfa a mais. Aquilo só dará um jogão (relativamente) se começar a correr muito bem para um dos lados.
Não, a sério, acreditem em mim, o jogo para ver mesmo, hoje, é o do Sporting Clube de Portugal contra aquela actual filial dos andrades que é a mais amada pelos lampiões, isso mesmo, o Braga.
Mais um conselho: Paulo Bento, tu sabes como é que se entra numa jaula de hienas com fome? Pois, entra-se a matar. Não se deixa rir uma hiena, mata-se a hiena antes de ela pensar na anedota de que se vai rir e com que te vai matar a ti de tanto se rir ela, para te papar só daqui a três semanas quando cheirares a podre mas a anedota for ainda a mesma.
Fode-me esses gajos, pá.
Percebes o que te estou a dizer? OK. Manda e-mail, como sempre, a agradecer. E o chequezinho.

Posted by besugo at 16:49
| Comments

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Gerry & Kate


Esta noite, depois de ter sido assinalada a primeira grande-penalidade contra o Porto e após um lance esquisito e inesperado que mereceria, no mínimo, uma análise cuidada das repetições, o comentador da SIC disparou a seguinte pérola: «a expressão do Pedro Emanuel é uma confissão da falta cometida». Eu acho isto brilhante mas, infelizmente, não muito original: conheço umas velhotas que resolveram assim o caso Maddie.

Posted by Daniel at 23:10
| Comments