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A teoria do quilograma


O Bayern não é muito melhor equipa que o Porto. O Sporting não jogou muito pior contra o Bayern do que hoje à noite contra o Porto. Então porque é que perdemos em casa por cinco secos contra o Bayern e empatámos a zero nas Antas com uma bola ao poste e várias quase oportunidades? Porque é que o Porto, durante os 100 minutos de jogo, não teve uma única oportunidade de marcar um golo? A minha teoria é leve para os neurónios: peso. Os jogadores do Sporting têm o mesmo peso que os do Porto, mas os do Bayern são todos mais pesados que os do Sporting. Os milhares de despiques físicos deste Porto-Sporting tinham invariavelmente o mesmo resultado: ou caíam os dois jogadores ou era falta do que ficava com a bola (o esforço que o árbitro fez de "deixar jogar", um conceito ligeiramente estúpido e importado de outras realidades, resultou, como resulta sempre por cá, que a equipa do gajo que perde a bola se acha imediatamente na posse de um crédito para gastar com uma entrada perigosa na jogada seguinte sem que com isso leve um amarelo, que foi o que aconteceu em pelos menos 5 jogadas desta noite). Pelo contrário, no jogo de quarta-feira, para que os jogadores do Bayern ganhassem a posse de bola no confronto individual só necessitavam de deixar que a energia cinética dos seus corpos afastasse o oponente com a camisola às riscas verdes. O golo do Luca Tony é um exemplo acabado não da incompetência do defesa (que não me lembro quem foi), mas do desgaste psicológico que a exaustão física provoca: o Luca Tony disputou a posição aos empurrões mas sem deslocar os pés do chão, e foi ainda nessa posição que marcou o golo, com o nosso jogador às distância dos braços do italiano apesar de a luta ter durado quase 30 segundos, o tempo que levou aos colegas do Luca Tony a conseguirem fazer o centro. O Sporting perdeu com o Bayern porque se deixou emanranhar numa guerra de cargas de ombro que não tinha hipótese alguma de vencer, e cuja acumulação nos corpos e espírito dos nossos heróis dificilmente poderia não vir a ser fatal. Perguntam-me vocês: haveria hipótese de escapar a isso? Claro que sim. Apostar no passe até que o estádio adormecesse de tédio e, de vez em quando, no um contra um artístico a quebrar rins; nunca no jogo de ganhar posição, proteger a bola ou cobrir a linha de passe. Para isso seria necessário ou mais peso, ou uma equipa composta de Liedsons e Joões Moutinhos. Com Caneiras, Abeis, Polgas, Izmailovs ou Pereirinhas, nunca.

Posted by maradona on sábado, 28 de fevereiro de 2009 at 23:01

Maradona,

Vais-me desculpar, mas apesar de esse ser um argumento válido, não me parece que seja a causa decisiva para que o jogo com o Bayern tivesse um desfecho tão distinto do jogo com o Sporting, apesar da valia do Porto não ser assim tão inferior à do Bayern (ou se calhar é muito inferior e esta conversa perde todo o sentido). Para mim as principais causa da derrocada com os bávaros foram as seguintes:

Gosto do Paulo Bento, mas ontem pus em causa a "sabedoria" futebolística que lhe reconhecia. E porquê? Vamos por pontos:

1. Os sinais. Logo na conferência de imprensa após o jogo com o Benfica foi avisando quanto às necessárias poupanças, a rotatividade que iria fazer no plantel, uma vez que após o jogo com o Bayern vinha o jogo do Porto. Se eu fosse jogador do Sporting o que pensaria? Por muito que no balneário me dissessem que não, iria pensar que a fé na vitória sobre o Bayern não era assim muita, que a competição interna era prioritária. Os sinais só não os viu quem não quis.

2. A cultura. O Sporting não se pode agarrar à cultura bem nacional de que os jogadores não têm pernas para 3 jogos numa semana. Olhe-se para Inglaterra, olhe-se para os resultados dos clubes ingleses, não cedamos ao facilitismo.

3. As saídas. Sair Vukcevic privou a equipa de um poço de força com técnica, um jogador que seria indispensável num jogo desta índole, para defrontar um adversário fisicamente superior. Sair Carriço foi prescindir de um jovem no auge da época e a transbordar motivação. Sair Pedro Silva e Grimi foram os mal menores, mas não se pode desconsiderar o impacto da mudança.

4. As entradas. Romagnoli estoirou esta época, já não tem mais nada para dar ao Sporting. Porquê regressar num jogo tão importante? Tonel esteve muitos jogos de fora, a confiança não deverá estar nos píncaros por ter perdido o lugar para um miúdo. Porquê agora, Paulo? Abel está fora dela, é visível a olho nu. Já chega de Caneira, o polivalente que não pode ser lateral numa equipa grande, pois atacar é uma palavra inexistente no seu dicionário de polivalências.

5. A opção não assumida. O campeonato interno em vez da Liga dos Campeões. Perfeitamente compreensível. E era necessário optar? Não era possível conciliar as duas competições? Claro que era, claro que era. Faltou assumir o erro. Não é verdade quando Paulo Bento diz que as mudanças na equipa não foram responsáveis pela derrota, que foram os erros durante o jogo que resultaram nesta tragédia. Foram as mudanças, foram os sinais, foi a cultura.

Abraço,
http://bolaseletras.blogs.sapo.pt/
António

Pedro Silva e Daniel Carriço foram hoje os melhores em campo, curiosamente nao jogaram contra o coisinho (ainda não consigo dizer o nome!)

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