segunda-feira, 27 de abril de 2009

Pepe perdeu a cabeça


(e é irrefutável que a cabeça faz falta a um central, sobretudo nas bolas paradas)

Por outro lado: «Most football teams are temperamental. That's 90 percent temper and 10 percent mental.» - concluiu Doug Plank, a propósito de outros futebóis.

Posted by Daniel at 20:05
| Comments

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Outsourcing


«Dizem que em manchester não há uma única árvore, chove todo o ano e só há cerveja merdosa. A julgar pelas músicas, as pessoas vivem uma existência baseada em drogas de síntese e são terrivelmente infelizes. Vi um ou dois documentários e era só cimento, cimento e mais cimento. Aquilo é tão mau, e há lá gente tão torcida, que chegam a matar pombos por fastio. Não existem mulheres bonitas em Manchester - são todas feitas de cimento. Desconhecem o vinho tinto, o arroz de pato e o esparregado; há para lá uns viveiros de peixe podre que sabe a comprimidos e é servido com batatas fritas. Nunca ninguém sonhou em manchester; nem nunca ninguém sonhou com manchester.»

(Hate mail do magnífico blog: il miglior fabbro)

Posted by Daniel at 13:41
| Comments

domingo, 12 de abril de 2009

Primum non nocere


Preciso é de fazer um blogue novo onde possa explicar e omitir coisas consoante o merecimento que as coisas que lá escrever ou omitir, mal, já se sabe, me merecerem, mas está bem, vamos lá ao Manchester - Porto, ao Barcelona - Bayern e ao Benfica - Académica. Este último tema é um bónus e compromete-me a não falar do Carlos Queirós, embora possa não evitar uma breve referência da minha parte ao Sporting, e assim.
O Manchester - Porto.
Toda a gente sabe que jogar, ao mesmo tempo, com o O'Shea, o Evans, o Fletcher e aquele rapaz madeirense que se faz passar pelo profissinal de futebol que respondia, em tempos, ao chamamento de "ó Cristiano, olha a bola!", mas que agora parece responder apenas quando o chamamento é "anda cá, chaval, que eu mamo-ta até te saltar o brinco!", e tudo isto, mas vejam mesmo isto, sem Anderson, sem Ferdinand e, ainda por cima, com Tevez no banco, isto derivado ao facto de nenhum treinador com um mínimo de decência se atrever a meter a titular um atleta cheio de cicatrizes para defrontar uma equipa que deve possuir a mais impressionante média de tatuagens por centímetro quadrado da Eurásia, enfim, tudo isto e o facto de o Giggs ter ficado naquela suplência de verificar a temperatura ambiente e de o Scholles ter decidido que tinha outra vez vinte anos e ter desatado a imitar o ritmo de jogo do Raul Meireles, o que transforma o Manchester United numa espécie de Southampton a jogar em 4-2-4, mas sem o Letissier, tudo isto entrelaçado com o facto de não haver nenhum Rodriguez, nem nenhum Hulk, nem nenhum Lisandro, nem nenhum Fernando, nem mesmo nenhum Sapunaru (igual a este, mas em mais burro e ineficaz, só o O'Shea) no Manchester, enfim, que quereis mais que vos diga? O admirável é que o Porto não tenha ganho àquela data de pataratas por três ou quatro bolas de diferença.
O Barcelona ganhou 4-0 ao Bayern. Perfeitamente. Ninguém tem culpa que o Bayern vá a Barcelona jogar com a caganeira de medo. Aliás, isto faz do Bayern e do Sporting equipas similares na desinteria: têm-na é em dias diferentes. E o Bayern joga mais que o Sporting, eu sei, joga para aí apenas o triplo do Porto que, por sua vez, joga mais ou menos a mesma merda que o Sporting. E que o Benfica. E que o Besiktas. E que o Braga.
Sim. Vamos ao Benfica. Sem medos. Eu não gosto de quase nenhum benfiquista, só gosto de para aí uns mil e duzentos, mas caralho: nos últimos tempos tenho pensado que deve andar ali bruxedo. Não é "brochedo", deixemos o CR7 e as putas britânicas em paz: o que eu disse é que há ali bruxedo.
Como sportinguista convicto e de bom gosto devo dizer o seguinte, e quem não gostar fará o favor de me mandar um e-mail insultuoso acompanhado de algum numerário, tipo 50 euros por cada chapadão virtual (que eu ao vivo defendo-me e desaconselho) que me enfie na tromba, mas a verdade é esta, analisem o que quiserem: o Benfica, foda-se - mas já agora ainda bem que é assim, isto que fique claro -, anda com uma falta de sorte, um caralho dum azarelho, que... puta que os pariu!

Posted by besugo at 19:25
| Comments

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Na feira compram-se boas calças a cinco euros


Perfeitamente.
Amanhã ou depois eu explico-vos as coisas do Manchester - Porto, as coisas do Barcelona - Bayern, as excrescências sedimentares do Bayern-Sporting-Bayern "rotativo", explico-vos até por que é que não vou chamar "Gravidade Intermédia" a um blogue meu, muito menos quando quem me sugere o nome do blogue decidiu agora escrever minúsculas depois dum ponto-final sempre que escreve, como se andasse "canciado" da vida.
Gosto mais de modistas que de modas, mas a Maria Gambina é uma costureira que não me parece capaz de costurar bem para mim.
Além disso veja-se o título.
E não se cânciem demasiado.
Não vale a pena.
Eu admito que ando meio fodido.
"Falta-te metade?"
Espero que não, que me não falte, que seja ao contrário.
Não sei se me explico bem. Seja como for, que seja como tiver de ser.
Bom já foi.
Bom. Muito bom.
Boa noite.
Viva o Sporting, era basicamente isto e o resto.

Posted by besugo at 01:54
| Comments

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Do fim


Não pude deixar de reparar no desapontamento das raparigas catalãs que assistiam entusiasmadas ao jogo no café quando, a um minuto do fim, viram entrar um jogador da nossa equipa com «Madrid» escrito nas costas.

Posted by Daniel at 12:08
| Comments

Para o princípio


Aos quatro minutos, na jogada do primeiro golo do Porto, Jonny Evans ofereceu uma bola enrolada a Rodriguez para este insistir no ataque mas deixou-lhe, ainda assim, muitos caminhos tapados, algumas chatices por resolver. O Bruno Alves, pelo contrário, decidiu preparar (dez minutos mais tarde) uma daquelas bolas tranquilas para Rooney ser feliz sem esforço, enquanto desviava o olhar e pensava na vida (o Bruno Alves pensou muito na vida, ontem). Até nisso fomos melhores.

Posted by Daniel at 11:57
| Comments

Fui eu que comecei?


O sonho recôndito dos jornalistas do «The Guardian» é fazer o FC Porto migrar das páginas de desporto do jornal para a capa do «New Musical Express»:

«Beforehand minds had drifted back to Jose Mourinho's success in knocking out United here in 2004 but the contemporary Porto are more than a tribute band version of his ensemble.» - www.guardian.co.uk, 7 April 2009

Posted by Daniel at 09:34
| Comments

gravidade intermedia


Tenho andado enterrado em problemas de gravidade intermedia, intermedia-baixa, besugo. olha, um bom nome para um blogue: gravidade intermedia.

Posted by maradona at 05:13
| Comments

Dois dois




Eu concordo contigo, Mariano. Fica muito melhor assim.

Posted by Daniel at 00:41
| Comments

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Speedy Gonzalez


Custa-me um pouco assistir a esta tentativa de vestir o fato de mergulhador ao Lisandro porque, obviamente, não é indumentária que lhe sirva, mas se querem castigá-lo por ter caído com tão pouco, ofereçam também um queijo da serra ao Lucho que, naquela noite, tão rápido se levantou (e de uma relva bem fofa, por sinal). A Justiça é cega, já se sabe, mas um bom queijo mostrará que ela tem, pelo menos, paladar. Não aconselho um daqueles muito amanteigados porque o colesterol entope as artérias por onde a bola circula, do coração do Lucho até ao ataque. Até ao Lisandro, que ele há-de voltar.

Posted by Daniel at 19:09
| Comments

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Fascículos de besugo - 6


Rogério, Póvoa, Guerra, besugo e Ernesto. Além do Fidalgo, dos irmãos retornados e doutro que já não me lembro, nem do nome, mas sei que havia outro.
No Liceu de Lamego havia sempre, todos os anos, campeonatos entre turmas. Havia torneios de futebol de salão, de andebol, de basquetebol. Havia também de futebol de onze, mas esse era entre anos, não havia entre turmas, não dava: já havia turmas mistas. O que era bom.
Nas festas, tocava quase sempre o Vector.
Gervásio Pina, os irmãos Pina, o Beto Mendonça. O Fausto na bateria. Pink Floyd, Camel, Triumvirat, outras coisas da altura, eles tiravam aquilo nota a nota, do vinil ou do "deck", até à perfeição. Éramos novos, parecia-nos bem. Fizeram, mais tarde - o "Vector" - os "Malaposta". Naquele tempo do "roque português". Não resultou, coisas comuns.
Por essa altura, ou um bocadinho antes, o Luís Portugal - antes de conhecer os miúdos que uns anos antes tinham ido cantar a "Menina de Luto" ao Festival e, com ele, fizeram, depois, os Jáfumega - tinha um grupo que se chamava Opus Music e que também nos punha meio doudos nas noites de baile: tocavam muito bem, também. Por esse tempo o Armindo impava de contente, que o irmão tinha chegado da Guiné, de férias. Férias da guerra.
Havia outros que tocavam bem. Os "Triumvirat", de Amarante, por exemplo. Eu na altura era muito miúdo mas andava atento a isso, depois acabou-se tudo e lembrei-me só hoje.
Isto aqui não é sobre isto, isto aqui é de bola. Desculpem. Eu tento safar-me.
Não sei o que é feito do Rogério. O Póvoa é médico algures no concelho de Gaia. O Guerra, o melhor de nós todos, já morreu. Eu ainda não morri e, do Ernesto, só me lembro que era esquerdino.
No 6º e no 7º anos do Liceu (actualmente são o 10º e o 11º anos dos estudos secundários), ficámos sempre em quarto lugar nos torneios de futebol de salão, que eram longos e competitivos. Nunca os ganhámos? Não, nunca.
Por essa altura, para quem não se lembre, os "Cracks de Lamego" tinham sido campeões nacionais de juvenis, em futebol de onze. Ou seria de juniores?
Penso que eram juvenis, a memória escorre pior de muito longe - mas escorre.
O Mário João era guarda-redes duma das turmas que batemos sempre. Era dos "Cracks". O João Gaio só foi depois, e também já morreu. Nesse jogo era o Mário João, jogo renhido, era de tarde, a bola estava meio vazia, chutei de biqueirada, 1-0. Jogava nessa equipa o Rui Palhuço, uma habilidade eterna - mas muita, mesmo assim - para a desgraça.
O Amadeu também jogava à bola. Esse também era dos "Cracks", mas jogava noutra equipa, noutra turma, mais forte, a que ganhava sempre, a que tinha o Chico Caride (também já morreu, também ele novo, como o Guerra), que jogava a titular no Sporting de Lamego, geralmente a seis, e chegou a jogar, depois, no Sport Clube da Régua. A seis também.
Boa equipa, essa, a deles. A do futebol de salão. Eliminou-nos sempre nas meias-finais, dois anos seguidos. Eram bons, muito fortes. Também lá jogava o Agostinho, um tipo muito duro e alto, mistura de Pepe e Fernando Meira, também penso que já morreu, nunca mais soube dele senão o facto de me contarem, há dias, esta hipótese de morte.
Isto é sobre bola, de maneira que vos conto apenas uma jogada fabulosa, vista ao menos por mim. E, se calhar, pelo Guerra.
O Guerra saiu a jogar e entrou pelo meio dos dois da frente do quadrado deles. Jogava-se assim, como no hóquei, em quadrado; e não era fácil entrar lá.
Aliás, era no tempo em que a bola não se podia sequer levantar muito, nem sequer se podia jogar de cabeça, era logo falta. O Guerra entrou bem e eu descaí para a direita, para o lado do pavilhão que não tinha bancada, ainda hoje é assim, não tem bancada daquele lado, só parede; o rapaz que me devia fechar à esquerda dele, direita minha, decidiu ir ao Guerra, que vinha só e avançou, depois de me dar a bola. Bola que lhe devolvi, num toque só, para a nossa meia direita, para a frente dele, num gesto impecável.
O Guerra chutou de primeira, à barra.
O Guerra não morreu por isso, foi por outras coisas, mas merecia aquele golo. E eu também, que lho quis dar e, pensando bem, lho dei.
Mas morreu muita gente entretanto.

Posted by besugo at 00:07
| Comments