sábado, 29 de novembro de 2008

Leça de Queirós


«Quem também me deu a benção para este disco foi o Peter Murphy, que conheci, é um aristocrata, e que me disse: “Muito interessante”. Falámos sobre vinhos, sobre Nova Iorque, ele conhece o John Cale, eu conheço o Ricardo Quaresma

(Rui Reininho, em entrevista ao jornal «Público» de dia 28 de Novembro, a propósito do seu primeiro álbum a solo; uma aventura musical que, segundo a imprensa da pátria, alberga os seguintes temas: «Yoko Mono», «Turbina & Moça» e «Laika Virgem».)

Posted by Daniel at 12:24
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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Um diário trágico


Enquanto ontem o Sporting espetava dois golinhos ao Barcelona eu estava a fazer um dos jogos da minha vida, tendo marcado os dois golos decisivos do 7-5 com que ganhámos. Ouvi ainda um pedido desesperado do inglês que eu estava a marcar para escolher outro gajo a cerca de quinze minutos do fim. Portanto, apesar da ressaca que eu levei para esse jogo e das três horas de sono, a vida corria-me bem. Houve ali um esticão na perna direita que me deixou um formigueiro nada preocupante, mas já lá vão cinco vitórias consecutivas no que me poderá trazer um jantarzinho de borla lá para Julho.

Quando acordei hoje de manhã, o meu gastrocnémio* da perna direita estava de tal modo contraído* que foi impossível vestir-me de pé e tive que me meter num táxi para ir trabalhar, não sem antes usar 25 minutos para o percurso de cinco que costuma levar-me a chegar ao multibanco. Senti ainda uma pequena febre ao longo das primeiras horas do dia, mas esta noite já não precisei de subir os degraus um a um. Terei que esperar pela manhã para saber até que ponto estamos perante uma inflamação* de dois ou três dias ou uma contratura* que me deixa fora da bola às quartas por três semaninhas.

A partir daqui um gajo sabe que o dia só pode correr bem e portanto precipitei-me numa aposta que envolvia o jogo que com certeza viram há bocadinho e uma situação nada favorável em caso de derrota, mas que bem vistas as coisas era impossível perder. A minha vida é no geral uma tragédia, mas eu teimo em não aprender lições simples e nem o facto de não poder ver toda a primeira parte do jogo, por ter que ficar a trabalhar, me alertou em condições para o que se estava a passar.

Acompanhei tudo no Record e assisti a uma determinada pessoa aqui do blogue a transformar 40 unidades monetárias em 100 em vinte e quatro minutos por ter apostado que seriam marcados mais de três golos. Suponho que se apostasse nos cinco os 40 se transformavam em 250, mas voltei a concentrar-me no minuto-a-minuto do Record. Pessoas da minha idade (1976) tendem a ver Arsenais e Leverkussens onde qualquer QI de dois dígitos vê Vigos, mas ao intervalo meti-me no táxi de volta onde o bigode sportinguista que me guiava já ria às gargalhadas na minha direcção ainda eu tentava entrar sem precisar de dobrar a perna direita. Ignorei as lágrimas de riso do banco da frente quando o taxista ouviu na rádio o Balboa a entrar e consegui chegar a tempo de ver os últimos vinte minutos. Não faço ideia do que se passou até aos noventa.

A Taça UEFA, ao contrário da minha vida, é uma coisa simples, o que pelos vistos enerva sempre o Benfica portanto está tudo bem e logo que eu oiça um bocadinho do Rui Santos ficarei mais tranquilo, mas pelo sim pelo não vou tratar de não me enfiar em aviões esta semana.



(* - Besugo, peço-lhe que acredite que o estimo e que as potenciais barbaridades que ali escrevi não o levem a um justificadíssimo bater com a porta aqui do blogue. Peço-lhe pelo Daniel, pelo maradona e pelo Casanova, que eu, enfim, não mereço nada)

Posted by Sérgio at 01:15
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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Noves fora




Pequeno exercício de matemática transcendental no Record de hoje:

«ÁGUIAS COMPRAM O PASSE DE SIDNEI NA TOTALIDADE

O Benfica adquiriu por dois milhões de euros os 50 por cento que faltavam do passe de Sidnei, tal como Record avançou em Outubro que iria acontecer.
Com este negócio, a SAD encarnada passa a ter a totalidade dos direitos desportivos do central, que tem uma cláusula de rescisão de 25 milhões de euros, numa transferência que se iniciou no Verão (5 milhões por metade do passe) e ficou concluida ontem.
Por outro lado, a Gestifute, que detinha a metade do passe agora vendida, fica com direito a receber 30 por cento da verba, acima dos 7 milhões de euros, que os encarnados encaixem numa futura transferência.
»

Outra maneira de dar a notícia seria dizer que o Benfica adquiriu mais 20 por cento do passe de Sidnei, mas as necessidades de paginação do Record não encorajam o minimalismo.

(Não há link. Eu é que me dei ao trabalho de copiar toda esta irrelevância, dada o imperativo absoluto de não pensar no filme dos irmãos Marx transmitido hoje em Alvalade. Os negritos são meus, como disse um dia Thomas Jefferson.)

Posted by "Rogério Casanova" at 23:29
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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Flores


As pessoas falam, com terror, dos penteados do Abel Xavier mas há outras coisas igualmente estranhas no futebol e seus arredores, apesar de quase todas elas envolverem uma menor quantidade de água oxigenada. Por exemplo: José António Camacho. Esqueçamos a espectacular sudação nas axilas de Camacho, durante os domingos solarengos de Lisboa, e centremo-nos na conversa, nas conferências de imprensa, nas entrevistas aos jornais, nos recados. O que acontece num clube normal e com treinadores normais é isto: se os resultados não acompanham a ambição do clube, o treinador começa a sentir o seu lugar ameaçado e os adeptos só o deixam descansar, ter um bom sono, um copo de vinho à lareira, quando esses resultados melhoram ou quando ele faz as malas para casa ou para treinar outra equipa, onde exigências e etapas semelhantes o esperam, sem misericórdia. Mas nem o Benfica é um clube normal nem o Camacho parece deste mundo. No final de cada empate ou derrota, depois de cada jogador contratado espalhar a sua inépcia por 90 minutos de mau futebol, depois de substituições desastradas, erros defensivos, ataques sem glória, Camacho ameaçava o país, de forma mais ou menos velada, com a sua saída. Os adeptos tremiam pois as derrotas e o jogo desenxabido podiam levar-lhes o homem, o inventor dos «livres à Camacho» (um passe para trás). As derrotas, nessa época, eram uma dupla angústia para os benfiquistas, incapazes de lidar com a insólita possibilidade de ver partir um treinador pelo seu próprio pé, com o seu próprio lenço branco na mão. Depois admiram-se que a claque do Benfica tenha procurado drogas pesadas e que o Camacho (que, convém lembrar, treinou o Real Madrid por dois curtos meses, transformando-se numa espécie de Del Neri de si mesmo) esteja agora a amealhar derrotas no Osasuna, de modo a fazer correr o melodrama de sempre, explorando com mestria a sua mais genuína aptidão: romper casamentos com a noiva no altar.

Para este campeonato, no entanto, o SLB parece ter encontrado, nos nossos vizinhos, um bom treinador. Ora também isso é quase tão estranho e preocupante como o mural que se segue:

Posted by Daniel at 16:38
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Compasso de Nuno


Mais ninguém, em Portugal, tem condições para fazer o que o Nuno Gomes fez para o primeiro dolo do Benfica. E se fosse só ter condições eu não me aborreceria: o que me chateia é que além da falta de condições, não há imaginação ou vontade para que um avançado como aquele possa jogar mais 4 aninhos. Que condições terão que prevalecer para que o Nuno Gomes continue a fazer coisas daquelas? Complexo: que não lhe façam contas aos golos, mas ao número de vezes que, por jogo, ele recebe a bola na cabeça da área, se deixa rodear de jogadores e só depois

(este "só depois" é muito importante; não é receber a bola e livrar-se dela em boas condições para um colega depois de não ter conseguido rematar de maneira nenhuma à baliza, como faz o Liedson; é livrar-nos dela após termos atraido meia equipa adversária sobre nós, mantendo a posição (este "mantendo a posição" é muito importante; não é receber a bola na cabeça da área e livra-nos da mesma no nosso meio campo ou nas linhas laterais, como o Helder Postiga faz; é receber a bola e ficar no mesmo sitio, controlando e protegendo a bola ao mesmo tempo que olhamos a eventual desmarcação de algum atrsasado mental da nossa equipa) relativamente à baliza e à táctica da equipa)

a liberta para um rapazinho que, com certeza desobedecendo a ordens superiores, entra por ali adentro e se isola perante as linhas de fundo ou os guarda-redes.

Posted by maradona at 12:30
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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

O homem também tem azar.


No meio disto tudo, um benfiquista tem muitas dificuldades em não sorrir com isto tudo. Mesmo com as piadolas todas já feitas sobre isto tudo, o Sporting sempre marcou três.

Posted by Sérgio at 02:43
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Not tennis


6-3, 6-2.

Posted by maradona at 00:04
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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

a parte das duas meias partes


1 - Vi meio jogo da selecção de sub-21 contra a Espanha e meio jogo da selecção dos mesmo bons contra o Brasil.
2 - No primeiro caso só vi a segunda parte, porque cheguei tarde, no segundo só vi a primeira porque já sabia que ia sair da cama cedo.
3 - Chateia-me isto de me levantar cedo e descansar pouco, embora me deite cada vez mais cedo.
4 - Onde é que eu ia?
5 - Pois, ia deitar-me. Os senhores também devem ter visto mais ou menos o mesmo que eu e, portanto, eu deitava-me e os senhores faziam o favor de me responder a três questões, caso quisessem:
a) - Quantos jogadores da actual selecção de sub-21 poderiam jogar, assim de caras, sem ser o Orlando Sá e qualquer um dos guarda-redes, na selecção dos mesmo bons, daqui a 2 anos, no Mundial, caso lá fôssemos?
b) - Por que é que o professor Carlos Queirós insiste em, sempre que é para a desgraça - para a desgraça mesmo, que ele também consegue perder por poucos, mas eu estou a falar de para a desgraça mesmo, aquilo para que lhe dá em certas ocasiões em que se supera -, levar seis em lugar de, por exemplo, levar só dois ou três? Ou quatro, vá? Cinco, enfim? É tudo a mesma coisa? Não é a mesma coisa? Há mesmo coincidências?
c) - Caso se aplicasse ao professor Carlos Queirós aquela coisa da avaliação dos professores, que incluía - já não inclui, mas incluía - o rendimento dos alunos (enfim, no caso dele, Carlos Queirós, não são bem alunos, são os jogadores que ele selecciona, ele "só" os põe a jogar, mas enfim, caso se aplicasse), que vos parece que diria Pacheco Pereira sobre o assunto, partindo do princípio de que se debruçaria sobre ele, o assunto, de forma suficientemente suave para não desmanchar o penteado todo para trás?

Posted by besugo at 23:38
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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Submarino ao fundo



«Ao largo da costa de Matosinhos descansa um famoso submarino alemão afundado no final da Segunda Guerra Mundial num fundo arenoso, a 30 metros de profundidade, com a ré completamente assoreada e tombado para bombordo cerca de 45 graus», bem perto de Sporting, Benfica e Porto.

Posted by Daniel at 11:08
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domingo, 16 de novembro de 2008

Verbo: funcionar


"Este sistema melhora o nosso funcionamento." - Quique Flores, aqui.

Posted by maradona at 22:52
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sábado, 15 de novembro de 2008

Excelente


O Benfica não sabe o que é um bom jogador de futebol, mas tem que se lhe reconhecer capacidade para formar homens decentes. Como se já não bastasse o Eusébio e o Rui Costa, respectivamente, a melhor pessoa preta e a melhor pessoa branca do futebol nacional, deparei-me com outra chocante promessa no campo da dignidade humana: Nuno Gomes. Depois da não convocatória para a Selecção Nacional, Nuno Gomes não esteve cá com merdas e adiantou logo o seu plano de vida: só abdica da Selecção quando "terminar a carreira". Vale por cem golos.

Posted by maradona at 11:33
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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

19 anos de Vela


Posted by maradona at 00:06
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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Caros amigos sportinguistas e suas famílias,


No final da temporada 2010/2011, quando tentarem vender o Izmailov a um clube espanhol da segunda liga e tiverem de enfrentar o sempre difícil período de negociações (acompanhado com devoção pelo jornal Record que disso fará manchete mais vezes do que deveria), não se esqueçam de mostrar, aos potenciais compradores (Recreativo de Huelva, Levante, Alavés e Múrcia), um dêvêdê com os jogos que o rapaz disputou e disputará contra o FC Porto (nessa altura, penta-campeão nacional e luxuosa sede da Associação Amizade Portugal-Argentina). Até agora, pelo menos, não me lembro de nenhum que lhe tenha corrido mal e julgo que em dêvêdê - não só na minha memória - a coisa resultará em beleza. Olhem que o carcanhol dessa transferência vos vai ser muito útil para libertar o Vukcevic da prisão domiciliária (casa do Paulo Bento) em que se encontrará no verão de 2011, um belo ano, assim se espera.

De nada,
Daniel

Posted by Daniel at 18:09
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domingo, 9 de novembro de 2008

Estou quase a desmaiar (o que é bom sinal)


Nas minhas actuais circunstâncias, ter conseguido ficar acordado o jogo todo, é um extraordinário feito para o futebol nacional, Sporting, Porto e árbitro. Não obstante (ou se calhar "sim obstante") tecnicamente sempre muito trapalhão, os jogadores das duas equipas puseram em campo o máximo de que dispõem nos pés e na cabeça (Rochemback também colocou em campo tudo o que tinha no frigorífico lá de casa, embora me pareça um pouco mais magro que no inicio da época, talvez uns 20 quilos mais magro; não chega, porque, como diz o Sérgio, o maxilar inferior ainda não se distingue do pescoço). O facto é que aconteceu um bom jogo de futebol, pelo que, provavelmente, estamos todos de parabéns. Até o árbitro, uma nulidade apitativa sob qualquer ângulo, conseguiu orientar as coisas de modo a fazer um trabalho tão complexo que não há capacidade de processamento instalada no planeta para descodificar todos os seus pormenores, e assim se identifique quem é que foi prejudicado ou quem é que foi beneficiado. Um conselho de amigo, apenas: essa táctica de inventar faltas atacantes nas grandes áreas para se livrar de apuros já começa a chatear. Quanto ao Sporting, e dirigindo-me, muito concretamente, ao bairro sportinguista, dizer apenas que esperar mais destes jogadores do que aquilo que eles deram hoje é tontice; aliás, segundo as minhas contas (que não incluiram contas de dividir), esperar igual ou próximo em mais de 25 por cento dos jogos é uma injustiça para eles e uma ilusão para nós; o que o sportinguista actual pode e deve fazer é exigir que o Paulo Bento e os jogadores escolham bem os jogos em que vão jogar assim. Uma santa noite.

Posted by maradona at 23:40
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Um pouco de dignidade, é tudo quanto peço







Posted by maradona at 20:12
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título? está bem: título.


O Quique Flores irrita-me mas já vivi o suficiente para saber que só algumas mulheres me entendem esta irritação. E outras irritações que tenho.
Digamos que há poucas mulheres com esse potencial.

Nem sei se a gaja existe.

Posted by besugo at 01:05
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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Alguns problemas tipo Suazo, mas há mais


1 - O Leixões
É um problema. Joga mais ou menos o mesmo que no ano passado mas, desta vez, ganha os jogos que no ano passado empatava. E, sendo possível que consiga empatar os jogos que perdeu no ano passado e, por hipótese, que alcance perder apenas aqueles jogos que ganhou, enfim, não fiz as contas nem vou fazer, mas é um problema.
É por ser o Zé Mota? Não. Esse é outro problema.
2 - O Braga
É um problema. O Braga tem lá o Jesus, que é o unico treinador de futebol que passa os noventa e seis minutos (em média) dum jogo da bola a mandar palpites - muitas vezes certeiros - para dentro do campo, ou para o quarto árbitro (personagem que penso que devia ficar para sempre ligada ao nome de Elmano Santos, derivado ao facto de este homem ter mesmo cara de quarto árbitro), ou para divindades que ele conhece bem, a julgar pela veemência. O Braga também lá tem o Luís Aguiar, o Renteria, o Alan, seres que talvez fizessem falta ao Porto mas, já agora, ainda bem que não fizeram a pré-época e que estão onde estão. O Braga também é um problema porque tem lá um tipo chamado Stélvio e isso, meus amigos, tresanda a Pelé: fiasco. Pelé, sim, o que o Inter despachou logo que pôde e que anda a ver se tira o lugar ao Fernando, que anda a ver se tira o lugar ao Paulo Assunção - que se fué.
3 - O Benfica
O Benfica tem muitos adeptos - alguns bastante alternativos - e tem, também, um canal de televisão. Eu gosto de ver esse canal porque os golos do Galatasaray não são, sequer, anunciados. O relatador parece que está a exercer funções na rádio quando ataca o Benfica (e isso galvaniza, suponho, a família benfiquista), mas quando o Galatasaray marca parece que sussurra "olha, foi golo dos gajos, nem vi...".
O canal Benfica dá na MEO, eu aderi, mas a MEO é uma bosta, digo-vos já, independentemente do que penso deste canal e do Benfica. Penso que o Benfica devia evitar jogar com o Galatasaray, fundamentalmente. Em não podendo evitar jogar, o que era a melhor solução, ao menos não jogava com estes. Em canal nenhum.
Gostei da atitude dos adeptos benfiquistas no fim do jogo com os turcos: desta vez, em lugar de rasgarem cartões, aplaudiram a equipa.
Não se sabe se foi a equipa. Eu acho que "se aplaudiram". Acho que foi um mero exercício de onanismo barulhento.
4 - O Porto
O Porto é o problema do costume. Perdemos sempre um jogo por ano com o Porto e esse jogo já foi. Ou seja, já ocorreu o problema do costume. Noutros tempos, era diferente, perdíamos sempre com o Porto. Agora não. Há várias épocas que esse não é o problema do costume.
Aliás, o problema Porto é um problema do Porto: e graúdo.
O Porto é mais pequeno que Gaia e tem menos habitantes que Gaia, mas é um problema maior. Tem lá o Bolhão, e tudo. Um Lucho.
5 - O Sporting
Basicamente, não joga nada. Se joga, joga basicamente, esforçadamente. Enerva um bocado. Entedia. Chateia.
Gosto. Chateia, gosto.
É um problema é estarmos apurados para os oitavos de final da Champions: ainda reforçamos a equipa com o graveto recebido e estragamos tudo, ainda damos cabo deste sonho de andarmos aqui a elevar a miséria, a "solarinar" a prata da casa, embora seja quase tudo fancaria. Mas eu gosto, é uma sina desgraçada.
6 - A Selecção Nacional
Atravessa um hiato. É como a presidência da República.
Atravessa-a um hiato, à selecção, melhor dizendo. E à República.
Carlos Queiroz é um hiato pior, contudo. Sinto-o capaz de motivar uma perdiz ébria a esvoaçar, por exemplo. Mas não a conseguir que um lobo da alsácia sóbrio devore uma codorniz coxa. Parece-me um tipo mal compreendido por mim. Vou meter explicações por causa desta merda e tudo.
Nem sei se telefone ao Agostinho Oliveira. Não. Rapou os bigodes. Como o mestre escola dele. Não. Estudo sozinho, é talvez melhor.

Posted by besugo at 23:20
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Fixe


Em Milão, a sardinha não é tão boa. Nas ruas de Lyon, chora-se por um prato de garoupa. Por Londres, nem robalo nem carapau. Mesmo em Barcelona é difícil encontrar um bom sargo ou um goraz que nos comova à mesa. Como não deve haver assim tantas oportunidades destas no futuro, aqui fica um agradecimento ao Leixões pelo facto de termos, finalmente, a encabeçar o nosso campeonato de futebol, uma equipa formada por atletas que, entre os jogos, nas suas casas e nos restaurantes de bairro, enfardam do melhor peixinho da Europa. Não precisam comer a relva.

Posted by Daniel at 12:37
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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Elogio da Amélia


Tal como o maradona não estou nada preocupado com o Aimar, com o Reyes, com o Suazo ou com o Yebda, mas suspeito que só um de nós é que não está mesmo nada preocupado e suspeito que sou eu. Há muito tempo que não estava tão pouco preocupado com um plantel do Benfica. Estou só um bocado preocupado com o Nuno Gomes, um jogador que não teve uma carreira fácil apesar de ter sido titular praticamente toda a sua vida.

Quero e gosto que o Nuno Gomes se sinta bem e que viva tranquilo com a sua tendência trágica para falhar golos na pequena área, dentro do que a situação permite. Importo-me com o Nuno Gomes e nem sempre fui meiguinho com o miúdo, mas é porque quero o melhor para ele e o próprio também quer, vê-se. Vê-se que o que quer fazer com a bola é sempre uma boa ideia, por vezes um bocado mais complicada do que os seus pés lhe permitem, mas é sempre uma jogada espectacular e inteligente só que nem sempre se concretiza. Se houver mais gente à sua volta com boas ideias o rendimento do Nuno Gomes sobe mesmo que continue a não fazer nada. Não é nada daquela questão velha de que 'o Nuno Gomes precisa de jogar com alguém ao lado' - isso é parvo. É só, como em tudo, uma questão de estar acompanhado por pessoas de que gosta.

Para além de tudo isto, o Nuno Gomes nunca teve aquele egoísmo (útil, reconheço) de um Pauleta. Já o assisti a preferir não marcar um golo e muitas vezes a oferecê-lo, o que até se poderia explicar por medo do estigma-do-golo-falhado-na-pequena-área-de-baliza-aberta mas não é verdade. É só uma grande vontade de ser útil ali no meio daquilo. Mas medo não, até porque lhe vale - perdoem-me - o coração: nunca o vi, apesar de todos sabermos da facilidade com que uma bola sai dos pés do gajo para as nuvens ou para longe no geral, a não ir à procura da bola, a não a pedir, a esconder-se (isto é muito fácil de fazer e eu já joguei muitos jogos em que era a única solução para mim) ou a evitar arriscar as coisas complicadas que lhe vêm das boas ideias.

A Amélia já não é assobiada no Luz e ainda bem para todos. A ver se ele marca um golinho mais logo.

Posted by Sérgio at 13:27
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Vá para fora como se andasse cá dentro


Gostava de dizer duas coisas. Primeira coisa: não sei como ainda há pessoas que se riem com frases do tipo «sou do Galatasaray desde pequenino». Segunda coisa: «sou do Galatasaray desde pequenino» (espero que não achem piada a isto).

Posted by Daniel at 12:22
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quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Estou muito feliz e bem disposto


O besugo fez-me reparar que já nem a ocasional vitória do Sporting é razão suficiente para que eu veja com motivação os variados domingos desportivos dos variadíssimos canais. Ontem, por exemplo, deixei-me de dormir logo na primeira parte do Shakhtar, fazendo daqui pouco 24 horas sobre esse jogo da Liga dos Campeões e eu ainda não tive oportunidade de comprovar a história mitológica que corre por aí: que o Izmailov levantou a cabeça e fez um bom centro. As mínimas vitórias do Benfica - que foi o que aconteceu no Domingo em Guimarães, uma vitória mínima, Sergio - também não têm ajudado, diga-se, pelo que o que acontece é que vou sendo apoderado de urgências esquisitas que se galvanizam relativamente ao futebol do praticado pelo Sporting, como por exemplo a revisitação do percurso político de Rutger Jan Schimmelpennick e a sua inetercepção com a independência da República da Batávia, e isto mesmo quando acena por mim o isco de casulo que é o prospecto de ouvir o Carlos Daniel na RTP a galgar os telepontos como o Obama. Ora, e isto acontece porquê? Porque, ainda que no jogo contra o Rio Ave tenha sido roubado de todo o resquício de fulgor pelo doutor fiscal-de-linha do lado da bancada onde se encontrava a câmara de filmar, o Sporting não joga um caralho. Não joga um caralho e, pior ainda, não pode jogar um caralho. Desde que o Paulo Bento assumiu a tarefa de ficar em segundo lugar com um orçamento para contratações equivalente ao que a equipa de hoquei-sobre-patins do Benfica tinha no tempo do Jorge de Brito que o Sporting, sob pena de levar com um celta-de-vigo semana sim semana não, não pode praticar futebol no sentido que usualmente se dá ao termo e leva as pessoas a comprar bilhetes para ir ao estádio, ou seja, um desporto que soma a emoção do desejo e esperança de vitória ao entretenimento e ao prazer estético; em vez disso, o que temos é um organismo montado unicamente para ir sobrevivendo, sem ameaçar ou ofender, desejavelmente adormecendo e anestesiando, uma espécie de espectáculo de repouso para doentes coronários, onde, tendo em vista a recuperação da SAD e dessas merdas assim, tudo o que possa exaltar o paciente é laboriosamente suspenso. O Doutor Gentil Martins deve receitar Sporting de Soares Franco para o pós enfarte do miocárdio: há quatro anos que praticamos um futebol próprio para cardíacos, e mesmo a passagem aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, logo humilhantemente classificada por Soares Franco como "histórica", apenas serve para enterrar mais um bocadinho um cadáver que devia ser incenerado o quanto antes.

Posted by maradona at 14:48
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domingo, 2 de novembro de 2008

What's in a name?


A «crise do Porto» é um fenómeno raro que ocorre quando, em civilizações pouco avançadas, o Benfica ou o Sporting consegue obter uma posição de relativo destaque na tabela classificativa, e é normalmente acompanhada por um período de recessão económica, abaixamento de temperatura e outras desgraças. Pois bem, esta última crise do Porto ainda agora apareceu mas, sejamos justos, começa a ganhar requintes algo inesperados. Desta vez, perdemos num município onde o futebol internacional se joga na praia e com um golo marcado por um tal de Daniel, cidadão brasileiro que resolveu ocupar o fim-de-semana a manchar a reputação do meu nome. Para além de ter acertado numa baliza sagrada, o que só por si lhe deveria valer seis meses em Guantânamo ou no parque de campismo de Quarteira, ninguém parece saber se, aos 54 minutos de jogo, o seu desejo mais profundo consistia em centrar ou rematar aquela bola. Ao menos que se chamasse Joaquim e tivesse ideias claras sobre o que pretende fazer num sábado à noite. Sinceramente, não sei como vou aguentar esta época e o Jesualdo já foi à televisão lembrar-me que ainda estamos na 7ª jornada e há muito caminho pela frente.

Posted by Daniel at 22:38
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sábado, 1 de novembro de 2008

Amandibular, o que é?


O Sporting joga pouco, irrita-me, enerva-me, chateia-me, entristece-me.
Sobre o Sporting, hoje, não vale a pena eu dizer mais nada.
Agora, o árbitro predilecto da vilanagem actual da bola, o "sem queixos", ou, melhor dizendo, o "queixos para dentro", esteve ao seu nível: severo, fininho, olhinhos fugidios e redondos, falsamente sério das ventas, acolitado de vagens piores que ele, uma de cada lado e com bandeiretas, enfim, esteve ali inteiro, nos Arcos, o Sousazinho roto do costume. Costume é fato em inglês, roto do fato, roto de fato. De facto. Sim, não estou a insultar ninguém.
O segundo amarelo ao Derlei é um hino à filhadaputice enfastiada. Cotovelo não houve, vê-se bem. Foi falta?, foi. Mas o argumento de "ah, foi também por chutar a bola para longe!" é digno de patetas. O que temos ali é um hino à "filhadaputice", em que o fraco maestro do hininho é o fraquinho autor da misérrima pautinha: o Sousinha Global.
Um ser como Jorge Sousa desperta-me náuseas, desencadeia-me uma emese imensa: de antecipação, em tempo real e tardia. E causa-me muita vontade de lhe dar quatro murros naquele maxilar inferior inexistente, logo seguidos de oito murros mais fracos no cachaço fino do bandeirinha dele do lado de cá, esse ladrãozeco estreito e voluntariamente amblíope e, a seguir, mais dezasseis pontapés violentos na boquinha de xixarro do Jójó, aquela lesma inerte e mesquinha, aquela bosta empoleirada no seu fastio de se comer. Mais murros e pontapés é que já não, que os meus noventa e dois quilos também me fazem abafar mais cedo, antes do completo consolo, mas isto apenas em termos de porrada.
Ponham-me sempre o Pedro Henriques a arbitrar o Sporting. Já disse isto uma vez, noutro sítio, noutro blogue mais meu que este.
O Pedro Henriques erra? Quero lá saber. Erra? Está bem. Quero este. Não me ponham é caras de cu à paisana, sinaleiritos, a apitar jogos do Sporting. Nem jogo nenhum.
Digam ao Jorge Sousa a verdade. "Ó trincha fina, tu és mau, muito mau. Se gostas de apitar vai para chefe de estação. Ou para polícia de trânsito. Ou vai felar com os teus amigues. Andor! Ander!".
O Pedro Henriques, que o Sporting tratou mal uma vez por causa dum pretenso penalty que eu também não marcava, num jogo com o Benfica, qual penalty, qual carapuça, o Katsouranis não fez penalty nenhum, o braço já estava ali, o bandeirinha - lá está - é que armou a confusão, o Pedro Henriques, dizia eu, é que devia ser o árbitro dos jogos todos. Da Liga Sagres e da Liga Vitalis. Não dava? Dava, dava. Jogava-se durante a semana inteira, de manhã à noite. Arbitrava por vídeoconferência. Pagava-se bem ao homem. Não quero saber de detalhes desses. E mais: arbitrava sem bandeirinhas. Um bandeirinha é uma espécie de chefe de estação das passagens de nível: acabavam, toda a gente sabe que são um perigo, as passagens de nível.
Isto chateia-me, desculpem.
Pode parecer-vos que o que me chateia mais é o Sporting jogar mal, mas não. Isso chateia-me há muito tempo mas parece que é irreversível e não me causa maior desgosto do que saber que um dia morro, irreversivelmente, e que depois só se lembrarão de mim algumas pessoas. E, mesmo essas poucas, com o tempo, apenas nos Fiéis. Está bem assim, viver não se compadece com muita carga de cadáveres.
Agora o resto acho que não. Pode mudar-se.

Posted by besugo at 23:05
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