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História abreviada de Bruno Alves


Há cinquenta milhões de anos, o Bruno Alves não era um bom central. No entanto, alterações climáticas, quedas de meteoritos e, enfim, algum trabalho técnico dos seus treinadores e uma surpreendente capacidade do próprio para ir convertendo os seus defeitos em qualidades, transformaram-no num jogador muito completo. Não é um central elegante como, por exemplo, o Ricardo Carvalho ou, olhando mais para trás, o André Cruz (que o maradona já aqui elogiou), o Ricardo Gomes (que o Sérgio, tarde ou cedo, acabará por elogiar) ou o Baresi (se quisermos pular fronteiras e contentar o Lourenço), todos eles capazes de antecipar os movimentos dos atacantes e médios porque todos eles poderiam, na verdade, ser atacantes ou médios, se o acaso e as necessidades das suas equipas de juventude para aí os tivessem encaminhado. Também não é um daqueles defesas rapidíssimos, como o Pepe ou o Jorge Andrade do princípio do século, ainda com os ligamentos todos bem cruzados, nem dos que usam o volume corporal, o músculo e o ímpeto como principais ferramentas para bloquear caminhos aos adversários. A esta última categoria pertencem, talvez, o Fernando Couto, o Materazzi, a maior parte dos defesas da Liga de Honra e, sem dúvida, o Sr. Alfredo que um dia, num campo de terra manhoso a que se chegava por caminhos também eles de terra (não era pêra doce lá chegar), tentou aliviar uma bola fácil, pontapeando com o seu pé gordo e descontrolada chama, o meu joelho direito, à data um dos tesouros da Humanidade. Digamos que o Bruno Alves possui, em partes desiguais, várias características de cada um desses três grupos (elegantes, rápidos, porteiros de discoteca) sem pertencer, completamente, a nenhum deles. Pertence, isso sim, a uma tribo de desalinhados que já contou, entre outros, com Marcel Desailly e Ronald Koeman. O mais certo é que Bruno Alves nunca venha a ser tão bom jogador como esses dois porque lhe faltam, no mínimo, a inteligência do francês e a cadência de golos do holandês mas espero que, pelo menos, vá tirando muitas vezes o pão da boca de leões, águias e outros animais, e acertando à bomba, de quando em vez, nas balizas que eu lhe recomendo.

Posted by Daniel on segunda-feira, 13 de outubro de 2008 at 00:03

Boa análise. E apesar de eu ser do Benfica gosto do Bruno Alves. Não há ninguém em Portugal e poucos na Europa que ganhem tanta bola de cabeça como ele. Na minha opinião, numa selecção como a nossa que tem tantas fragilidades a defender bolas paradas, ele devia ser sempre titular. Mesmo que o Pepe e o Ricardo Carvalho sejam melhores. Uma dupla de centrais nem sempre tem que ter os dois melhores centrais.
O que mais me espanta é que ele se tenha tornado no jogador que é. Não consigo tirar da cabeça a dupla que ele fez com o Ricardo Costa na selecção Olímpica. Até dava pena vê-los jogar.

Este comentário foi removido pelo autor.

ola

venho congratular-vos pelo vosso mt interessante blog e deixar-vos o link para o meu recem criado

www.lateral-esquerdo.blogspot.com

espreitem... espero conseguir tornar-lo interessante.

obrigado e continuação de bom trabalho

PS - ja vos adicionei na minha lista de blogs

o Bruno Alves deve ser desde que vejo futebol dos jogadores que mais me custou mudar a minha opinião e admitir que neste momento é um central de alto nível, cujas caracteristicas estão definidas de forma perfeita pelo autor do post. Eu não diria nem mais nem menos.

Que excelente texto! Até me esqueci que falava do Bruno Alves. É verdade. Tudo o que aqui é dito.

B.A. assenta-lhe bem, falta o Baracus à frente, e é precisamente quando deixar de distribuir tanta lenha que se vai tornar um dos melhores centrais do Mundo.

Já agora, em que categoria encaixariam o Enakarhire?

O Burro Alves é a maior conquista do PCorrupto. Não fosse o dinheirinho investido na Comissão da Gatunagem e haviam de o ver a jogar na praia, com as palmeiras, eheheheh...

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