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Usain


Mesmo com a desleal vantagem de ser descendente de escravos, penso que Usain Bolt merece sobrepôr-se a Michael Phelps como desportista do ano. A sua prova de 100 metros foi a melhor performance individual do ano; a sua marca nos 200 o melhor resultado do ano. Usain Bolt é, também, um fenómeno que não levanta suspeitas: desde a primeira vez que pisou uma pista que sempre foi o melhor de todos, a grande distância dos outros cidadãos; e era necessário estar em falência multisistémica para ter assistido às suas exibições nos encontros que precederam os Jogos e não esperar por algo de extraordinário, restando apenas a dúvida de como é que o rapaz lidaria com a pressão. Pressão? A única pressão que se viu foi a de uma mão invisível a empurrá-lo para a trás, nos 100 metros, e para a frente, nos 200. A imagem que melhor sobreviverá ao tempo será, com certeza, a de Usain Bolt a correr de lado com um atacador desapertado na final dos 100; e com razão, caralhos ma'fodam, e com razão, foda-se! Neste preciso momento, ao pensar nisso, senti um arrepio na espinha, coisa que só me aconteceu (assim de repente) no futebol com o Maradona, o Ronaldo (o gordo) e o Ronaldinho, no ténis com o Becker, o Agassi e o Federer, no ciclismo com o Indurain e o Ullrich, no atletismo com o Carl Lewis, e no banho quando acaba a bilha de gás. Usain Bolt tem 23 anos ou lá o que é: será necessário exigir mais dele nos anos próximos por forma a que a sua actual posição na mitologia desportiva se mantenha? Com certeza que sim, as leis do desporto são justas e claras: o Maradona não ganhou só grandes títulos, também teve um carreira longa e fez grandes jogos até muito dentro dos trinta anos e dos quilos; Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo ganharam cada um as suas coisinhas, mas não passaram dos 25 ou 26 anos e serão esquecidos. Para Usain Bolt corroborar a imagem que ele próprio criou, vai ter que andar por aí alguns anos mais. Não precisa de ganhar muito nem fazer todos os anos grandes marcas: só precisa de chegar aos trinta aninhos e ter ainda pernas para destruir os miúdos que, em 2016, ao seu lado na linha de partida para a final Olímpica dos 200 metros, nunca ouviram falar da prova em que o velhote fez os últimos 15 metros a correr de lado e com um atacador desabotoado.

Posted by maradona on terça-feira, 30 de dezembro de 2008 at 19:33

Estou a circular pela net e vim parar a este espaço. Depois de uma leitura atenta acho um blog bem estruturado e agradável. Bom ano.

Espero enganar-me (espero mesmo), mas não acredito que hoje em dia haja algum atleta ou ciclista que ganhe (e tão categoricamente para a simples condição de mortal) que não esteja dopado até ao tutano com uma substancia que será conhecida do publico em não menos de dez anos.

ah, e bom ano.

http://2orelhase1rabo.blogspot.com/2008/12/conto-de-natal.html

O Phelps foi demolidor, em várias categorias; bateu o recorde de medalhas nos Jogos (todas de ouro, apesar do cansaço - esperado - de várias eliminatórias e finais). Treinou todos os dias, salvo erro 6 horas por dia (Natal incluído). Fosse ele atleta de pista e não havia dúvidas. Não me lixem: Phelps é imortal (já era, a propósito: a carreira dele foi em crescendo e ainda pode fazer mais, mas vai ser sempre desprezado por um gajo que ganhe os 100m).

Aqui não 'há pão para malucos'. O Phelps é uma máquina do treino e do profissionalismo. O Bolt é talento puro! Aquela ponta final vai ficar para sempre na história do atletismo. O Phelps vai durar até que alguém bata os seus recordes. Já o Usain Bolt, podem bater o seu recorde que pode sempre argumentar 'não fiz melhor porque não quis'!

Já agora, Deus vais estar no Dragão em Janeiro, pena é que não seja no campo, porque mesmo gordo e fora de forma, Maradona tem mais futebol no dedo mindinho do pé direito do que 99,99% (e só não é 100% porque há o Messi e de vez em quando o Ronaldinho) dos futebolistas actuais.

bom ano novo

Eh pá, eu repito o que disse o Michael Johnson: se houvesse também os 50 metros, os 150 metros, ao pé coxinho e de costas e ainda umas estafetas intermédias também o Bolt saía de lá com 8 medalhas.

O que o Phelps fez, é espantoso. O que o Bolt fez é mítico. Além disso, o Bolt ainda ganhou as meias finais dos 200 m contra o então campeão olímpico em título (Shawn Crawford) a fazer jogging.

As macaquices do Bolt fizeram o colega jamaicano da pista dois, na fotografia claramente a rir a bandeiras despregadas, perder concentracao e chance de chegar a uma medalha. Foi claramente prejudicado. Isto nao se faz a um colega.

O Phelps tambem foi prejudicado por ainda nao haver provas de 50, 100 e 200m com-um-braco-e-uma-perna-atados-atras-das-costas, senao tinha ganho 23 medalhas.

"se houvesse também os 50 metros, os 150 metros, ao pé coxinho e de costas e ainda umas estafetas intermédias"

Talvez sim, talvez não. Era preciso diversificar o treino e deixar a "zona de conforto" da corrida tradicional. O Phelps não é talvez: treinou e ganhou. Está feito.

Bom blog malta!
Mas "Atacador desabotoado"?
Os atacadores não têm botões pá!
Vão mas é "fechar a luz" como diz a minha mãe!

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