Faltam apenas 5 minutos
Apesar de faltarem apenas 5 minutos, e de continuar preocupadíssimo com toda uma série de situações e até pessoas (o Carlos Martins, por exemplo: não sei, francamente, se o rapaz já conseguiu dormir desde Sábado), estou bastante calmo em relação ao evento para o qual faltam apenas 5 minutos. Os jogos do Sporting estão a decorrer de forma tão pouco surpreendente que um empregado de limpeza em part-time no MIT já teria sido capaz de elaborar um modelo de simulação capaz de prever rigorosamente a época inteira Não estou prolepticamente incomodado com o tropeção do Abel, nem com o remate fraco do Postiga, nem sequer com o resultado final (1-1). Só quero é que ninguém venha chatear o Paulo Bento daqui a 95 minutos, especificamente com o argumento de “quanto melhor o plantel, pior o trabalho do Paulo Bento”. Está mais que na hora de as pessoas adultas pararem de fingir que este plantel é melhor que o do ano passado. Este plantel não é melhor que o do ano passado, e o do ano passado já não era bom. Nenhum plantel pode ser bom quando o jogador mais rápido do meio-campo é o João Moutinho.
(Especialmente contra-producente foi a contratação definitiva de Izmailov, cujo hábito de “correr muito depressa até àquele sítio ali onde há poucas pessoas” transmite uma perigosa ilusão de velocidade aos colegas; as constantes desmarcações de Izmailov no contexto do meio-campo do Sporting são tão pertinentes como os ziguezagues de uma mosca dentro de um carro parado, mas ninguém tem a crueldade necessária para dizer a um simpático trabalhador do Leste que ele deve estar quietinho, por isso a situação vai manter-se).
O mérito de Paulo Bento foi construir um “modelo de jogo” (cf. Obras Completas de Jesualdo Ferreira) que tira partido das virtudes dos seus melhores jogadores. Como é sabido, as virtudes dos melhores jogadores do Sporting, são a calma (Rochemback e Veloso), a birra (Vukcevic), a ambição desajustada (Romagnoli) e a dramatização técnico-táctica do consumo simultâneo de ecstasy e cannabis (Yannick). Os jogadores mais criativos do Sporting são criativos no sentido clássico do termo: ficam parados a olhar para um sítio e as cabeças enchem-se de possibilidades. Paulo Bento deu-lhes um palco para pensar. A jogada-padrão aperfeiçoada por Romagnoli é a de fintar dois adversários e fazer o terceiro adversário parecer o Lilian Thuram. Paulo Bento deu-lhe a bola - e deu-lhe a confiança necessária para nunca se livrar da bola antes da terceira finta. Yannick corre muito depressa sem bola? Atirem-na lá para a frente e deixem o rapaz sorrir naquela fracção de segundos entre o passe e a recepção. Não há nada que Paulo Bento não faça para que esta gente pareça toda mais feliz do que é na realidade. Se eu fosse treinar-me amanhã a Alvalade, não tenho dúvidas de que a primeira coisa que o homem faria seria dar-me um frasco de maionese e um blogue.
(Especialmente contra-producente foi a contratação definitiva de Izmailov, cujo hábito de “correr muito depressa até àquele sítio ali onde há poucas pessoas” transmite uma perigosa ilusão de velocidade aos colegas; as constantes desmarcações de Izmailov no contexto do meio-campo do Sporting são tão pertinentes como os ziguezagues de uma mosca dentro de um carro parado, mas ninguém tem a crueldade necessária para dizer a um simpático trabalhador do Leste que ele deve estar quietinho, por isso a situação vai manter-se).
O mérito de Paulo Bento foi construir um “modelo de jogo” (cf. Obras Completas de Jesualdo Ferreira) que tira partido das virtudes dos seus melhores jogadores. Como é sabido, as virtudes dos melhores jogadores do Sporting, são a calma (Rochemback e Veloso), a birra (Vukcevic), a ambição desajustada (Romagnoli) e a dramatização técnico-táctica do consumo simultâneo de ecstasy e cannabis (Yannick). Os jogadores mais criativos do Sporting são criativos no sentido clássico do termo: ficam parados a olhar para um sítio e as cabeças enchem-se de possibilidades. Paulo Bento deu-lhes um palco para pensar. A jogada-padrão aperfeiçoada por Romagnoli é a de fintar dois adversários e fazer o terceiro adversário parecer o Lilian Thuram. Paulo Bento deu-lhe a bola - e deu-lhe a confiança necessária para nunca se livrar da bola antes da terceira finta. Yannick corre muito depressa sem bola? Atirem-na lá para a frente e deixem o rapaz sorrir naquela fracção de segundos entre o passe e a recepção. Não há nada que Paulo Bento não faça para que esta gente pareça toda mais feliz do que é na realidade. Se eu fosse treinar-me amanhã a Alvalade, não tenho dúvidas de que a primeira coisa que o homem faria seria dar-me um frasco de maionese e um blogue.
Posted by "Rogério Casanova" on quarta-feira, 1 de outubro de 2008 at 19:41
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Finalmente alguém que percebe que ter como reforços: um indíviduo que não joga em nenhuma posição da defesa, excepto em Portugal, e cuja família é especialista na produção de leitão, não de jogadores da bola; um argentino pouco inteligente, que teve como momento alto da carreira a titularidade no Siena; um obeso patológico, dispensado de um clube treinado por aquele rapaz especialista em falhar penalties decisivos, e o Postiga, que passou ao lado de uma grande carreira em alto mar, só faz do Sporting um clube mais parecido com o Anderlecht - dá para espetar três secos (em casa) nos lampiões. E nada mais.
Posted by Pedro | 1 de outubro de 2008 às 23:11
Casanova,
Não armes em intelctual, o jogo do Rochemback não tem nenhuma virtude.
Tudo bem, o gajo faz uns passes de 30 metros porreiros. Mas quantas vezes por jogo é que isso acontece? Na maior parte dos jogos : zero.
99% do trabalho de um jogador eé fazer coisas simples em tmepo util. É correr, adaptar-se e mostrar-se disponivel.
E o Rochemback não o faz: tudo está bem quando ele tem a bola nos pé. Mas quando não está, o homem é uma nulidade. O gajo que corra mais e pense menos, caraças! E já agora que fça dieta.
Rui Silva
Posted by Harry Lime | 2 de outubro de 2008 às 11:41